Notícia

Blog da Amazônia

Estudo mostra como agrotóxicos afetam abelhas nativas (51 notícias)

Publicado em 16 de maio de 2024

Pesquisadores das universidades Estadual Paulista (Unesp), Federal de São Carlos (UFSCar) e Federal de Viçosa (UFV) desvendaram os efeitos nocivos de três agrotóxicos – imidacloprido, piraclostrobina e glifosato – sobre a abelha nativa Melipona scutellaris. O estudo, publicado na Environmental Pollution, destaca que esses compostos, isoladamente ou em conjunto, alteram a locomoção e comprometem o sistema imunológico desses polinizadores cruciais.

A pesquisa ressalta a importância das abelhas nativas na biodiversidade e na economia agrícola do Brasil, enfocando a Melipona scutellaris, essencial para a polinização de plantas silvestres e culturas economicamente relevantes. No contexto do Programa BIOTA-FAPESP, o estudo avaliou os efeitos subletais dos pesticidas mencionados, demonstrando que a exposição a essas substâncias reduz a mobilidade das abelhas e danifica o corpo gorduroso, órgão vital para a imunidade.

Cliver Fernandes Farder-Gomes, pesquisador da UFSCar, e Roberta Cornélio Ferreira Nocelli, professora da mesma instituição, alertam para as consequências da exposição aos agrotóxicos, que vão além da mortalidade imediata, afetando a saúde das colmeias e, por extensão, a produção de alimentos devido ao declínio na polinização.

Os autores enfatizam a necessidade de políticas públicas mais restritivas quanto ao uso de agrotóxicos, baseando-se nos resultados do estudo para promover uma agricultura sustentável e segura. Osmar Malaspina, professor da Unesp, sublinha o papel da pesquisa científica na formulação de regulamentações ambientais, exemplificando com o uso do fipronil, cuja restrição foi influenciada por publicações anteriores do grupo.

O artigo completo, que oferece insights valiosos para a conservação das abelhas e a prática agrícola responsável, está disponível para consulta na plataforma ScienceDirect. A pesquisa continua, visando ampliar o entendimento dos impactos dos pesticidas e fortalecer a base de dados para decisões regulatórias futuras.