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Estudo mapeia potencial de consumo de gás no MT (9 notícias)

Publicado em 24 de junho de 2019

Por Agência FAPESP

Segundo levantamento do Fapesp Shell RCGI, estado poderia usar GNL para substituir outras fontes de energia nos principais setores da economia

O Mato Grosso tem uma boa oportunidade de aproveitar o gás natural como fonte de energia eficiente para impulsionar a economia do estado. Segundo estudo do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI), há potencial para o consumo de 2,1 milhões de m³/dia no estado para substituição de diesel, eletricidade e óleo combustível nos três principais setores de atividade econômica local (agronegócio, indústria e transporte).

O estudo de viabilidade considerou os gastos com a implementação da planta de liquefação, das unidades de regaseificação e o custo do transporte do GNL para cada uma das cinco regiões pesquisadas no Mato Grosso. A regaseificação poderia ser realizada em pontos centrais de cada região, ou diretamente nas unidades de produção de cada cliente.

A pesquisa levou em conta, ainda, a possibilidade de utilizar o ramal Lateral Cuiabá do gasoduto Brasil-Bolívia, hoje sem uso, para distribuir o gás natural na forma liquefeita, por caminhão, para as principais regiões do Mato Grosso.

Segundo Dorival Santos Jr., um dos pesquisadores do projeto, a estrutura existente é capaz de absorver esse volume. “A capacidade do ramal é de 4 milhões de m³/d, e estimamos que seria possível transporte de pequena escala por caminhões, de até 3 milhões de m³/d”, afirma.

Santos explica que o potencial de substituição varia de acordo com o segmento econômico e a fonte de energia em uso. A maior taxa de substituição acontece no setor agrícola, que poderia absorver até 1,2 milhão de m³/dia, seguido pela indústria, com 500 mil m³ diários. Com isso, poderia haver uma redução significativa no custo da energia no estado. “O gás natural sairia até 50% mais barato do que a eletricidade ou o diesel para a indústria e o agronegócio, por exemplo”, diz.

Hoje, o gás natural representa apenas 0,01% da matriz energética do estado. O gás natural que chegaria pelo ramal Lateral Cuiabá do Gasbol seria usado para abastecer a termelétrica Mario Covas, de 400 MW de potência, que foi comprada pelo grupo J&F em 2015 e se encontra parada por causa de complicações judiciais.