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Estudo do metabolismo energético ajuda no treino de judocas (1 notícias)

Publicado em 21 de maio de 2012

Um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP vai auxiliar o treino de judocas ao fornecer elementos que permitem uma avaliação precisa do atleta durante a execução de golpes. Com isso, será possível direcionar o treinamento visando um desempenho máximo. Os dados foram obtidos por meio do estudo do metabolismo energético de judocas durante a execução de técnicas de braços, pernas e quadril em dois exercícios típicos da arte marcial: nage-komi e o uchi-komi.

A pesquisa teve a participação dos professores Guilherme Artioli, Sandro Mendes e Antonio H. Lancha Jr, do Laboratório de Nutrição Aplicada; Rômulo Bertuzzi, do Grupo de Estudos em Desempenho Aeróbio; Hamilton Roschel, do Laboratório de Adaptações Neuromusculares ao Treinamento de Força e do Laboratório de Nutrição Aplicada; e Emerson Franchini, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate.

No último dia 20 de março, um artigo sobre a pesquisa, Determining the Contribution of the Energy Systems During Exercise, foi publicado no Journal of Visualized Experiments (JOVE). “A apresentação dos artigos na JOVE é feita em formato de vídeo, pois o foco principal é a demonstração dos métodos usados e não exatamente os resultados finais”, conta o professor Emerson Franchini. O vídeo da pesquisa tem cerca de 11 minutos de duração, e é acompanhado por um texto curto, em formato semelhante a um artigo científico convencional.

 A pesquisa

O trabalho que deu origem ao artigo publicado no JOVE foi iniciado em 2007, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Foram estudados atletas homens (faixa marrom ou preta), com mais de 18 anos, que praticassem o esporte pelo menos três vezes por semana, e competissem em torneios oficiais. O objetivo era compreender a participação de três sistemas energéticos durante a execução de técnicas de braço, perna e quadril. Foram feitas medições do consumo de oxigênio e da concentração de lactato antes e depois da prática dos exercícios nage-komi e o uchikomi. “No nage-komi, o judoca executa a entrada da técnica e projeta o parceiro; já no uchi-komi, o atleta também executa a entrada da técnica, mas sem projetar o parceiro”, explica Franchini.

Os dados foram coletados por meio de um analisador de gases portátil. Durante a prática dos exercícios, cada atleta vestia uma máscara contendo um fluxômetro que possibilitava que, a cada respiração, fossem obtidos dados referentes ao volume de oxigênio e gás carbônico.

 Impacto nos treinamentos

 Os resultados da pesquisa têm impacto direto nos treinamentos de judocas. “Por meio desses resultados, é possível fazer uma avaliação precisa do atleta, identificando seus pontos fortes e fracos e direcionando o treinamento com o objetivo de obter o máximo de rendimento, podendo melhorar o desempenho do esportista”, aponta Franchini, que além de professor livre-docente da EEFE, presta assessoria para o Comitê Olímpico Brasileiro, atendendo a três atletas da seleção de judô: Leandro Guilheiro, Tiago Camilo e Rafael Silva. Por estar enquadrado na USP no Regime de Dedicação Total à Docência e à Pesquisa (RDIDP), o professor possui autorização especial para realização de atividade simultânea.

Agência USP