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BBC News (MS)

Estudo da USP mostra como é importante controlar as inflamações causadas pelas lesões renais agudas (1 notícias)

Publicado em 10 de fevereiro de 2011

Cientistas do Departamento de Imunologia, do Instituto de Ciências Biomédicas, da Universidade de São Paulo, deram mais um passo para a compreensão dos processos inflamatórios relacionados às lesões renais. Segundo a matéria de Fábio de Castro, publicada no site da Agência FAPESP, no último dia 4 de fevereiro, o grupo desvendou a relação entre a resposta inflamatória do sistema imune e a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF), uma doença que pode levar à insuficiência renal aguda e decréscimo na função renal.

A GESF é uma das principais doenças do glomérulo (as unidades funcionais dos rins) em crianças e adultos e pode voltar a ocorrer depois de um transplante de rim. O estudo da USP mostra que a expressão de um receptor do hormônio bradicinina (receptor B1) é induzida durante o curso da doença. E, por outro lado, ao diminuir a expressão do receptor B1, verifica-se uma melhora da disfunção renal.

“Essa diminuição da disfunção renal se deve à reversão da lesão associada à desorganização dos podócitos – células que são centrais para o processo de ‘filtragem’ da urina, realizado nos glomérulos. O trabalho demonstrou, pela primeira vez, que o bloqueio dessa via é capaz de provocar uma melhora na disfunção dos podócitos”, explica a matéria.

Essa disfunção dos podócitos está relacionada, segundo a matéria, a um processo inflamatório causado pelas lesões renais agudas. “Considerando a complexidade das lesões renais agudas e crônicas, qualquer estratégia de tratamento efetivo para essas condições deverá ser capaz de modular o processo inflamatório na tentativa de reparar o tecido. Isso significa que o tratamento deve ser capaz de reverter as lesões agudas e suas consequências a longo prazo, restaurando a arquitetura do órgão e sua homeostasia – isto é, a propriedade de regular seu ambiente interno para manter uma condição estável, por meio de múltiplos ajustes controlados por mecanismos de regulação”, disse o professor Niels Olsen Câmara, coordenador do estudo, à Agência FAPESP.

Segundo ele, a persistência dessa resposta inflamatória pode levar à perda da arquitetura dos tecidos, com depósito de colágenos e o decréscimo na função renal – um processo até agora considerado irreversível.

Fonte: Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)