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Estudo da USP investiga impactos de noites mal dormidas em idosos obesos (33 notícias)

Publicado em 25 de setembro de 2023

Sono pode potencializar questões como musculatura do corpo e incidência de ansiedade ou depressão Redação Ouça o áudio:

Não descartamos nesse estudo a chamada 'causalidade reversa'

A constatação da importância de dormir bem resulta no avanço de mais estudos específicos sobre o tema. Neste sentido, pesquisa feita na Universidade de São Paulo (USP) e publicada na revista Scientific Reports analisou o sono do público idoso e obeso.

A investigação científica contou com 95 voluntários que, de acordo com o nutricionista e fisiologista clínico Hamilton Roschel, seguem características de projeções crescentes da população mundial.

"É um estudo de associação entre uma condição que também é muito prevalente no envelhecimento, que são a as disfunções no dormir, os problemas com o sono, que se exacerbam muito com o envelhecimento e que podem ser potencializados com obesidade", explicou o Roschel, que coordenou o trabalho com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

A pesquisa apontou que dormir bem é fator relevante na qualidade de vida quando se consideram situações causadas pelo envelhecimento e sobrepeso, como redução da força e massa muscular nos braços e nas pernas, aumento no percentual de gordura corporal e maior incidência de sintomas como ansiedade e depressão.

Na edição do programa de rádio desta segunda-feira (25), Roschel explicou que há vários aspectos da saúde relacionados ao sono, destacando os parâmetros podem ser divididos em qualitativos e quantitativos. Na busca por um "sono adequado", o pesquisador defendeu um olhar sistemático que envolva, por exemplo, a importância da sociabilidade nesses quadros.

"Não descartamos nesse estudo a chamada 'causalidade reversa'. Talvez o indivíduo durma mal porque tem uma ansiedade ou depressão. E não que ele tenha ansiedade e depressão, porque dorme mal. Essas possibilidades neste tipo de estudo sempre existem, mas a lógica científica que a gente tem, a base científica que existe na literatura, permite assumir essas conclusões tomadas como potenciais fatores, mediadores dessas respostas que observamos", ressaltou.

Em entrevista, Roschel afirmou que o envelhecimento está associado à chamada de "resistência anabólica", que é a diminuição da resposta anabólica aos exercícios, à nutrição. É esperado que o sujeito idoso vá perdendo de maneira gradual a musculatura.

A pesquisa ainda envolveu integrantes do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE-USP) e da Faculdade de Medicina (FM-USP). Também participaram cientistas da Disciplina de Geriatria da FM-USP.

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