Pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp) confirmaram a relação da esquizofrenia com o distúrbio de outra célula cerebral, além dos neurônios.
A doença está relacionada ao distúrbio em uma célula chamada oligodendrócito, responsável pela produção da bainha de mielina, que, por sua vez, acaba sendo gerada também com debilidade. O estudo sugere um novo alvo de tratamento para a doença.
Os pesquisadores usaram cérebros de pacientes mortos que tinham esquizofrenia e de pessoas mentalmente sadias, para estabelecer a base de comparação.
O pesquisador Daniel Martins-de-Souza, professor de bioquímica, coordenador do Laboratório de Neuroproteômica da Unicamp e pesquisador do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, explicou que os medicamentos usados atualmente para tratar a doença têm efeito conhecido sobre os neurônios e que seu grupo de estudos chegou à conclusão de que eles atuam também sobre a bainha de mielina.
No entanto, ressaltou que o efeito desses medicamentos não é tão satisfatório. "Ele tem ação sobre a bainha de mielina, mas, como não é feito para isso, o melhor era que estivesse direcionado para tal”.
A partir desse estudo, foram identificadas as proteínas específicas envolvidas nos defeitos dessas células. As proteínas fazem com que a bainha de mielina funcione. “O que a gente traz são proteínas que podem ser novos alvos terapêuticos para um tratamento mais eficaz da esquizofrenia”.
Além de Martins-de-Souza, o grupo de pesquisa inclui Ana Caroline Falvella, Caroline Teles, Danielle Gouvêa-Junqueira, Fernanda Crunfli Gabriela Seabra, Valeria de Almeida, Guilherme Reis‐de‐Oliveira e André Saraiva Leão Marcelo Antunes.