Uma pesquisa realizada por pesquisadores do LIM 20 da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicada na revista Pulmonology, revelou que a prática regular de exercícios é o método de reabilitação mais eficiente nos casos de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
A doença é uma condição relacionada ao tabagismo, caracterizada pela limitação do fluxo de ar devido a uma resposta inflamatória do organismo às toxinas inaladas. Em razão dos fortes sintomas, como falta de ar, produção excessiva de catarro, chiado no peito e tosse, pessoas com a DPOC tendem a enfrentar mais dificuldades na prática de exercícios físicos.
O estudo, coordenado pela Profa. Dra. Fernanda Degobbi Lopes, do Departamento de Clínica Médica da FMUSP, foi conduzido como pesquisa de pós-doutorado da pesquisadora Dra. Juliana Tiyaki Ito-Uchoa. A pesquisa também contou com a colaboração do Departamento de Fisioterapia, do Serviço de Reabilitação Pulmonar, do Serviço de Pneumologia do Instituto do Coração (Incor) e do Laboratório de Dermatologia e Imunodeficiências.
Foram avaliados 20 pacientes com diagnóstico com DPOC grave e inativos fisicamente, com idades entre de 50 e 80 anos, todos em estabilidade clínica (sem complicações da doença há pelo menos 30 dias). Divididos em dois grupos, uma parte dos participantes manteve o estilo de vida habitual, enquanto os demais adotaram uma rotina de atividade física durante o período do estudo.
Os pacientes do segundo grupo apresentaram melhorias, como aumento da força muscular e das células de defesa com ação anti-inflamatória, redução da falta de ar, diminuição das células inflamatórias e dos fatores inflamatórios, maior ganho de massa muscular, alívio da dispneia e melhora da qualidade de vida.