A pesquisa aborda uma técnica inovadora para o tratamento de um tipo de tumor raro, mas com alta taxa de letalidade
A pesquisa aborda uma técnica inovadora para o tratamento de um tipo de tumor raro, mas com alta taxa de letalidade
Por Joseane Teixeira |
Uma tese de doutorado produzida na Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) para tratamento do colangiocarcinoma conquistou o 1º lugar na categoria pesquisa experimental durante o Congresso Brasileiro de Hepatologia, realizado na última semana em Campinas.
Desenvolvida pela pesquisadora Graciele Domitila Tenani sob orientação da professora Dorotéia Rossi Silva Souza, a pesquisa aborda uma técnica inovadora para o tratamento de um tipo de tumor raro, mas agressivo, caracterizado pelo crescimento de células cancerosas nas vias biliares.
“A pesquisa identificou que os colangiocarcinomas em crescimento expressam um receptor chamado NIS (Simportador de Sódio/Iodo). Experimentos in vitro demonstraram que a radioterapia com iodo-131, já utilizado para tratamento do tumor de tireoide, foi eficiente na destruição das células tumorais. Mas não somente isso. O tratamento contribuiu para a modulação genética do paciente, impedindo que a doença retorne”, disse Graciele.
A pesquisadora, que é mestre e doutora em Ciências da Saúde pela Famerp, integra o Grupo de Estudos de Tumores de Fígado, que há mais de uma década realiza pesquisas voltadas à cura e tratamento do câncer.
“O colangiocarcinoma é um tumor devastador, cujo tratamento só é possível quando diagnosticado precocemente. O problema é que na maioria dos casos ele é detectado em estágio avançado, então quimioterapia e radioterapia têm eficácia limitada e paliativa”, afirma o hepatologista Renato Silva, chefe da disciplina de Cirurgia de Transplantes de Fígado da Famerp e integrante do grupo de estudos.
Durante o desenvolvimento da tese de doutorado, o pai de Graciele foi diagnosticado com colangiocarcinoma e não resistiu. “Acredito que nada é por acaso. A dedicação para encontramos um tratamento eficiente contra o tumor é também uma forma de homenageá-lo”, disse.
O próximo passo, segundo Graciele, é realizar testes em cultura de células tridimensionais que mimetizam o tumor, trabalho que será desenvolvido graças a uma bolsa já conquistada na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Esta é a última etapa antes do teste em humanos, que dependerá de financiamento federal ou da indústria farmacêutica.
A pesquisa da Famerp teve colaboração da Unicamp e da Universidade de Coimbra, em Portugal.
“É a segunda vez que a Famerp tem um trabalho premiado no Congresso Brasileiro de Hepatologia. Isso demonstra a importância da instituição no cenário nacional e reforça a nossa vocação para a ciência. Estamos na assistência à saúde e também na pesquisa básica, contribuindo para a qualidade de vida da população”, finaliza Renato Silva.
Uma tese de doutorado produzida na Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) para tratamento do colangiocarcinoma conquistou o 1º lugar na categoria pesquisa experimental durante o Congresso Brasileiro de Hepatologia, realizado na última semana em Campinas.
Desenvolvida pela pesquisadora Graciele Domitila Tenani sob orientação da professora Dorotéia Rossi Silva Souza, a pesquisa aborda uma técnica inovadora para o tratamento de um tipo de tumor raro, mas agressivo, caracterizado pelo crescimento de células cancerosas nas vias biliares.
“A pesquisa identificou que os colangiocarcinomas em crescimento expressam um receptor chamado NIS (Simportador de Sódio/Iodo). Experimentos in vitro demonstraram que a radioterapia com iodo-131, já utilizado para tratamento do tumor de tireoide, foi eficiente na destruição das células tumorais. Mas não somente isso. O tratamento contribuiu para a modulação genética do paciente, impedindo que a doença retorne”, disse Graciele.
A pesquisadora, que é mestre e doutora em Ciências da Saúde pela Famerp, integra o Grupo de Estudos de Tumores de Fígado, que há mais de uma década realiza pesquisas voltadas à cura e tratamento do câncer.
“O colangiocarcinoma é um tumor devastador, cujo tratamento só é possível quando diagnosticado precocemente. O problema é que na maioria dos casos ele é detectado em estágio avançado, então quimioterapia e radioterapia têm eficácia limitada e paliativa”, afirma o hepatologista Renato Silva, chefe da disciplina de Cirurgia de Transplantes de Fígado da Famerp e integrante do grupo de estudos.
Durante o desenvolvimento da tese de doutorado, o pai de Graciele foi diagnosticado com colangiocarcinoma e não resistiu. “Acredito que nada é por acaso. A dedicação para encontramos um tratamento eficiente contra o tumor é também uma forma de homenageá-lo”, disse.
O próximo passo, segundo Graciele, é realizar testes em cultura de células tridimensionais que mimetizam o tumor, trabalho que será desenvolvido graças a uma bolsa já conquistada na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Esta é a última etapa antes do teste em humanos, que dependerá de financiamento federal ou da indústria farmacêutica.
A pesquisa da Famerp teve colaboração da Unicamp e da Universidade de Coimbra, em Portugal.
“É a segunda vez que a Famerp tem um trabalho premiado no Congresso Brasileiro de Hepatologia. Isso demonstra a importância da instituição no cenário nacional e reforça a nossa vocação para a ciência. Estamos na assistência à saúde e também na pesquisa básica, contribuindo para a qualidade de vida da população”, finaliza Renato Silva.