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Estudo confirma que dragão-de-komodo usa veneno para matar

Publicado em 19 maio 2009

O dragão-de-komodo, réptil carnívoro encontrado na Indonésia, já era assustador, mas agora ficou ainda mais. Segundo um novo estudo, a maior espécie de lagarto no mundo, com média de 2,5 m de comprimento e 70 kg, também dispõe de veneno para matar suas vítimas. O Varanus komodoensis é conhecido por morder suas presas e depois soltá-las, deixando-as sangrar por conta dos ferimentos. Após entrar em choque, são mortas e devoradas.

Acreditava-se que as presas fossem vítimas de bactérias presentes na boca do réptil, mas pesquisa feita por um grupo internacional indica que o efeito se deve a um veneno. O estudo será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

"A idéia de que o komodo mata por meio de bactérias orais está errada. O dragão tem veneno. Durante a evolução, ele modificou suas glândulas salivares de modo a produzir agentes hipertensivos e anticoagulantes que, combinados com adaptações cranianas e dentárias específicas, permitiu que pudesse matar animais maiores por meio de hemorragias fulminantes", disse Stephen Wroe, da Universidade de New South Wales, na Austrália, um dos autores do estudo.

O veneno causa uma grande perda de pressão sanguínea na vítima ao dilatar os vasos sanguíneos e evitar a coagulação na área atingida, levando a presa a um estado de choque. Os cientistas usaram simulações feitas em computador para analisar a mordida do dragão e verificaram que são mais fracas do que as de crocodilos de tamanhos semelhantes. Entretanto, exames em ressonância magnética apontaram que o komodo conta também com complexas glândulas de veneno.

Depois de extirparem a glândula de veneno de um dragão doente em um zoológico, os cientistas usaram espectrometria de massa para obter um perfil químico do veneno. Descobriram que a toxina tem semelhanças com as do monstro-de-gila (Heloderma suspectum) e de diversas serpentes.

A espécie é classificada como vulnerável pela União Internacional para Conservação da Natureza e tem uma população estimada entre 4 mil e 5 mil exemplares soltos em seus hábitats.

Com informações da Agência Fapesp