Descoberta que pode influenciar na produção de novos medicamentos para tratamento de doenças neurodegenerativas motoras, a partir da cadeia de aminoácidos de veneno de cobra amazônica, é apresentada à comunidade científica internacional do segmento de toxicologia. Apresentação feita pelo Dr. Rafael Stuani Floriano, pesquisador vinculado à Unoeste e que nesta semana participa da 11ª International Toxinology Meeting: Venoms and Toxins 2024, conferência da Sociedade Internacional de Toxicologia, sediada na Universidade de Oxford, na Inglaterra.
No estudo com o título “Caracterização estrutural e eletrofisiológica de peptídeos pré-sinapticamente ativos do veneno de Bothrops bilineatus smaragdinus (Viperidae: Crotalinae)” – nome científico da cobra conhecida como jararaca-verde, papagaia ou bico-de-papagaio – foram identificados dois peptídeos (produto da ligação entre moléculas de aminoácidos) que agem de maneira sinérgica estimulando o nervo motor. “A descoberta destes peptídeos podem influenciar o desenvolvimento de novos fármacos para tratamento de doenças neurodegenerativas motoras”, diz.
Principais cientistas
Sobre tais doenças, o Dr. Rafael cita e explica que a Miastenia gravis como doença autoimune, pela qual a comunicação entre os nervos motores e os músculos esqueléticos é afetada, produzindo episódios de fraqueza muscular. O estudo tem parceria com do Dr. Bruno Lomonte, do Instituto Clodomiro Picado, da Universidade de Costa Rica, em San José; e Dr. Robert Drummond, do Strathclyde Institute of Pharmacy and Biomedical Sciences, o instituto de farmácia e ciências biomédicas da Universidade de Strathclyde, de Glasgow, na Escócia.
O participante brasileiro Dr. Rafael conta que o evento reúne os principais cientistas da área de venenos e toxinas, dentre os quais estão o Dr. Cesare Montecucco, da Universidade de Padova, na Itália; Dr. David Warrell, da Universidade de Oxford; Dr. Glenn King, da Universidade de Queensland, na Austrália; e Dr. Juan Calvete, do Instituto de Biomedicina de Valencia, na Espanha. A conferência reúne mais de 50 participantes destes e de outros países, tais como os Estados Unidos, Alemanha, Costa Rica e Dinamarca.
Qualidade da pesquisa
A participação do Dr. Rafael mais uma vez coloca em relevo a qualidade da pesquisa desenvolvida na Unoeste, com a sua atuação nos programas de pós-graduação stricto sensu em Ciências da Saúde, com oferta de mestrado; e em Ciência Animal, com mestrado e doutorado. Incursão inserida na internacionalização; quesito avaliado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Também como atestado da qualidade da pesquisa na universidade com campi em Presidente Prudente, Jaú e Guarujá estão os aportes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Projeto de auxílio regular 2020/04287-6 viabilizou a construção do Laboratório de Toxinologia da Unoeste, pelo qual responde o Dr. Rafael. O auxílio participação em reunião científica no exterior 2024/07679-3 está possibilitando a sua atual incursão internacional. Em fevereiro de 2025, o Dr. Rafael estará retornando à Escócia para mais um período de pós-doutoramento no laboratório do Dr. Robert Drummond, com o objetivo de entender a influência dos peptídeos descobertos sobre as funções iônicas de neurônios periféricos.
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