A febre maculosa voltou a ser notícia na mídia brasileira por causar a morte de uma adolescente em São Paulo, na última terça-feira (13). Além dos casos recentes, de 2012 a 2022 a febre maculosa vitimou 753 pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Na última década, o país teve 2.157 casos confirmados de febre maculosa.
No Brasil, a febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, sendo muito comum a sua presença na região do Cerrado e em áreas degradadas da Mata Atlântica. Diante do aumento de casos da doença, a vacina contra a febre maculosa vem sendo estudada e aprimorada pelos cientistas.
Entenda a vacina contra febre maculosa
Atualmente, já existe uma vacina contra a febre maculosa brasileira, mas sua proteção é parcial. Agora, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estudam a possibilidade de uma nova vacina a partir da inibição da proteína do carrapato-estrela.
Na mais recente pesquisa realizada pela USP, com apoio da Fapesp, “a ideia foi silenciar a expressão gênica da principal proteína inibidora da apoptose, a IAP (do inglês, inhibitor of apoptosis protein), com o objetivo de reduzir o crescimento da bactéria e tornar o carrapato-estrela mais resistente à infecção”, diz trecho divulgado pela Agência Fapesp.
O estudo levou em consideração a importância de centrar esforços científicos no carrapato-estrela para criar uma nova vacina contra a febre maculosa, pois além de transmissor, o carrapato funciona como um reservatório de carrapato-estrela no ambiente.
Os próximos passos da pesquisa são confirmar que a alimentação sanguínea é realmente o fator que promove a apoptose pela produção de espécies reativas de oxigênio e, possivelmente, expandir os experimentos para outras espécies de carrapato. Com a IAP silenciada, os carrapatos não conseguem sobreviver.
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Fonte: Agência Fapesp, Fiocruz e Drauzio Varella