Notícia

Cruzeiro do Sul online

Estudo condena propaganda de remédios

Publicado em 10 maio 2008

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal Fluminense (UFF) avaliou propagandas de medicamentos veiculadas no Brasil e concluiu que os anúncios não são fontes confiáveis de informação.

De acordo com a autora do trabalho, Jussara Calmon Soares, professora adjunta do Departamento de Saúde e Sociedade da UFF, os anúncios omitem e minimizam cuidados e riscos para a saúde e são incompatíveis com o uso consciente e responsável de medicamentos, uma vez que induzem ao consumo de forma acrítica, abusiva e desnecessária.

Publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva, a pesquisa teve base no relatório final do Projeto de Monitoração da Propaganda e Publicidade (MonitorAÇÃO), um convênio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com diversas universidades. O estudo recomenda à Anvisa a proibição da propaganda de remédios no país.

O projeto envolveu pesquisadores de diferentes áreas da UFF: direito, enfermagem, jornalismo, nutrição, odontologia e publicidade. Segundo Jussara, o fato de contar com uma equipe multiprofissional dá solidez à análise e aos resultados. O campo da vigilância sanitária é multiprofissional e a idéia do projeto foi ter alunos fazendo as análises das propagandas como se fossem técnicos da Anvisa. Os pareceres continham o parecer técnico-científico, análise publicitária, análise de risco e o parecer final, jurídico, afirmou Jussara à Agência FAPESP.

O projeto analisou, mensalmente, peças de publicidade e propaganda em consultórios e clínicas, farmácias e drogarias, revistas especializadas, além de programas de rádio e televisão, em que são veiculados os anúncios de medicamentos isentos de prescrição médica.