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UNOESTE - Universidade do Oeste Paulista

Estudo com bolsa Fapesp busca benefícios na região portuária (1 notícias)

Publicado em 04 de julho de 2023

Por Acessoria de Imprensa Unoeste

Estudo científico avalia os efeitos da poluição atmosférica no sistema respiratório, cardiovascular e na qualidade de vida de idosos e crianças moradores de área portuária no município de Guarujá. Realização com aporte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que concede ao projeto a primeira bolsa de iniciação científica ao campus local da Unoeste. Outra importante contribuição é da Prefeitura de Guarujá, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

A pesquisa é conduzida pela professora Dra. Marceli Rocha Leite e tem como pesquisadora principal a aluna Gabrielly Cristina Mattos da Silva que nasceu e mora na cidade há 26 anos, que estudou na rede pública e fez o ensino médio na Escola Técnica (Etec) Alberto Santos Dumont. Gabrielly passou sete anos estudando em casa, na busca de pontuar bem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conseguir bolsa para estudar medicina.

Altos índices de poluição

Outros alunos envolvidos: Isabella Fernanda Sobral Valverde de Souza, Marco Antônio Zandoni Junior, Luana Serra dos Santos, Júlia Costa Tsukamoto, Karoline Santos Batista e Israel Nascimento dos Santos; do grupo de estudos “Exposições ambientais e de compostos inalados na saúde humana”, cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Colaboram as professoras Dra. Fernanda Maria Machado Rodrigues, Dra. Maíra Barreto Malta e a especialista Giulianna Forte.

Conforme a Dra. Marceli, a pesquisa leva em consideração que o setor portuário está diretamente ligado à poluição atmosférica devido à operação de carga e descarga (fonte geradora de poeira), à atividade industrial e às descargas atmosféricas da combustão dos navios e dos veículos, principalmente caminhões, que transportam as mercadorias até o porto. A literatura científica já evidenciou prevalência de altos índices de poluição ambiental em regiões portuárias de todo o mundo, incluindo no Brasil.

Busca de saber o impacto

Então, explica que o estudo pretende analisar se a poluição atmosférica produzida pela atividade portuária tem impacto na qualidade de vida, bem como no sistema respiratório e cardiovascular de crianças e idosos moradores da região. “Espera-se encontrar alterações significativas na população que confirmem esse impacto”, pontua e conta que o porto da cidade de Santos é o maior complexo portuário da América Latina e responde pela movimentação de quase um terço das trocas comerciais brasileiras.

“O projeto é muito singular e pioneiro, buscando relacionar como as alterações ambientais impactam na saúde humana. Identificar os aspectos ambientais e seus impactos na saúde da população é a primeira de uma sequência de tarefas a serem executadas para a elaboração do plano de ações de um sistema de gestão em saúde”, explica. Sobre o benefício acadêmico da pesquisa, a Dra. Marceli afirma ser muito significante para a pesquisadora principal e aos demais envolvidos.

Benefícios para a sociedade

“O projeto permite que a discente participante do curso de Medicina pudesse ter seu primeiro contato com a pesquisa científica, introduzindo-a ao universo da medicina baseada em evidências, um dos pilares da profissão. O projeto também envolve outros discentes que farão parte da pesquisa e que também receberão bolsa que os auxiliará ao decorrer do projeto, sendo proveniente do financiamento concedido pela Prefeitura de Guarujá”, explica.

O benefício social está em contemplar a saúde de moradores das proximidades de regiões portuárias. “Medir e avaliar os efeitos da exposição à poluição do ar na região se mostra de fundamental importância na tentativa de dimensionar o problema e fornecer subsídios para ações que busquem a redução da contaminação e, consequentemente, dos efeitos adversos produzidos, principalmente nas crianças e idosos que são populações mais suscetíveis aos efeitos da poluição, bem como os demais moradores da região”, diz a Dra. Marceli em relação ao estudo que irá até fevereiro de 2025.