No óleo de soja, esse nutriente também está presente, mas em quantidades mais modestas – em média 23% do total de ácidos graxos do produto. Mas esse número poderá se tornar significativamente maior no futuro, se depender dos esforços de pesquisadores da Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos, e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).
“Aumentar o teor de ácido oleico no óleo de soja seria interessante não apenas para o consumo humano como também para a produção de biodiesel. Por esse motivo, o projeto busca marcadores genéticos que possibilitem, por meio da seleção genômica, modificar o perfil de ácidos graxos do óleo de soja”, disse Regina Priolli, professora da Unisanta.
Mapeamento genômico
Com o objetivo de encontrar as regiões do genoma da soja que controlam a produção dos cinco ácidos graxos encontrados na planta, o grupo coordenado por Priolli conduziu um estudo de associação do genoma (GWAS, na sigla em inglês).
Para isso, o grupo 96 diferentes acessos (linhagens) do Brasil e exterior, com teor total de óleo que variava de 10% a 30%. Essas plantas foram cultivadas durante dois anos na Esalq-USP. Após a colheita, foram analisados o teor de óleo e o perfil de ácidos graxos de cada um.
De acordo com a pesquisadora, o projeto busca, além de alterar o perfil de ácidos graxos, aumentar o teor total de óleo encontrado no grão de soja. Contudo, as técnicas de melhoramento convencionais mostraram que, quando se aumenta o teor de óleo no grão (que em média é 20%), ocorre diminuição na quantidade de proteína (40% em média), o que não é desejável.
“A soja é uma das principais fontes de proteína e óleo vegetal do mundo. A correlação negativa entre esses dois nutrientes no grão dificulta o aumento simultâneo de ambos. Por esse motivo, elevar a qualidade do óleo modulando a composição de ácidos graxos pode ser a saída para o melhoramento da soja”, afirmou Priolli.
Fonte: Agência Fapesp