Um estudo idealizado por cientistas norte-americanos da Universidade de San Diego indicou que a inflamação associada com a progressão dos tumores pode ter um papel chave na metástase do câncer de próstata. O trabalho, publicado na revista Science, sugere que procedimentos como a biopsia podem acelerar o desenvolvimento da doença;
Os cientistas identificaram um mecanismo que dispara a metástase, que consiste no alastramento do câncer nos últimos estágios do desenvolvimento do câncer de próstata, informou a Agência Fapesp. A pesquisa pode ajudar a esclarecer por que a metástase leva tanto tempo para inicial e quais suas causas.
Ate então, acreditava-se que mudanças genéticas na própria célula cancerosa determinavam se o câncer entraria ou não em metástase
"Nossa descoberta sugere que promover a inflamação do tecido canceroso - por exemplo, fazendo biópsias da próstata — pode, ironicamente, acelerar a progressão da metástase" , disse Michael Karin, que coordenou o trabalho.
Os cientistas verificaram que proteínas produzidas por células inflamatórias são o "gatilho" por trás da metástase. Uma dessas proteínas, determinada quinase, desliga a expressão de um único gene, chamado Maspin, cuja atividade antimetastática é bem estabelecida em tumores de seio e próstata. "Uma correlação inversa entre esses dois elementos também foi detectada, de modo que as células do câncer avançado contêm altas quantidades da proteína ativada em seu nucleo e pouco ou nenhuma Maspin", disse o cientista à Fapesp.
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A Folha (São Carlos, SP)