Estudo feito pela USP (Universidade de São Paulo) com 34 mulheres entre 50 e 70 anos para medir o impacto causado pela pandemia mostrou que a queda de atividade física neste período causou sérios danos à saúde do grupo.
Resultado dos testes feitos após as 16 primeiras semanas de confinamento mostraram uma piora no estado geral de saúde do grupo, com perda de força muscular, condicionamento aeróbio e aumento dos níveis de colesterol e hemoglobina glicada no sangue, estes últimos atores de risco que podem gerar distúrbios metabólicos.
A pesquisa analisou mulheres que já eram consideradas fisicamente inativas antes do início da pandemia, mas com o isolamento social elas passaram a se movimentar ainda menos. ”Deixaram de fazer atividades como passear com o cachorro ou no shopping, brincar com os netos, caminhar até o ponto de ônibus ou até o trabalho”, explica Carlos Bueno Junior, professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP-USP) e um dos autores do artigo.
Em uma segunda fase de teste, o estudo registrou um aumento de 39,8% na taxa de insulina, 9,7% na de hemoglobina glicada e 1,3% na glicemia. O colesterol aumento 8% e houve ainda uma queda de 10% na porcentagem de plaquetas no sangue.
Parâmetros como força muscular e capacidade aeróbia que já estavam aquém do desejado por tratar-se de um grupo sedentário, caíram mais 5,6% e 4,4%, respectivamente.
Os dados apontam para um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, segundo os especialistas, deveria servir de alerta para os governantes.
“Com apenas 16 semanas já foi possível notar mudanças significativas em alguns dos parâmetros avaliados e, com o prolongamento da crise sanitária, as implicações para a saúde tendem a se tornar cada vez maiores. É preciso pensar em maneiras de promover a atividade física com segurança durante esse período”, defende o mestrando João Ribeiro de Lima, que também participou do projeto.