Os representantes do Brasil na Olimpíada Internacional de Biologia (IBO), realizada neste sábado (13) no Cazaquistão, conquistaram o melhor resultado entre os países ibero-americanos: foram duas medalhas de prata e uma medalha de bronze. A delegação era formada por quatro estudantes do Ensino Médio, medalhistas de ouro da Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), organizada pelo Instituto Butantan e pela Escola Superior do Instituto Butantan (ESIB), e apoiada pelo Ministério da Educação e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Os medalhistas de prata foram Alexandre Andrade De Almeida e Iara Vieira Vitarelli, e a ganhadora da medalha de bronze foi Clara Nakata De Carvalho. Também participou da competição o estudante Bruno Di Giorno Deeke. Alexandre e Clara são da cidade de São Paulo, enquanto Iara e Bruno são naturais de Valinhos, no interior paulista.
Dois pesquisadores do Butantan acompanharam os jovens na viagem ao Cazaquistão: José Ricardo Jensen e Milton Y. Nishiyama-Jr. De acordo com Milton, a participação na olimpíada tem o poder de moldar trajetórias de carreira, ajudando os estudantes a descobrirem seus interesses, aumentarem a autoconfiança e aprimorarem habilidades de resolução de problemas, trabalho em equipe e organização. “A olimpíada desperta um desejo natural de conhecimento e engajamento acadêmico global, oferecendo experiências culturais e conexões intercontinentais”, aponta ele.
Para chegarem bem preparados à IBO, os 16 estudantes com as melhores pontuações na OBB passaram por uma capacitação no Butantan, com duração de uma semana. Eles tiveram aulas teóricas e práticas nos laboratórios do Instituto, ministradas por pesquisadores da instituição, e foram submetidos a atividades e provas. Ao final da formação, uma nova prova classificatória foi realizada: os que ficaram entre o 1º e o 4º lugares foram selecionados para participar da IBO, enquanto os que ficaram entre o 5º e o 8º lugar foram escolhidos para representar o Brasil na Olimpíada Iberoamericana de Biologia (OIAB), que ocorrerá em Cuba no mês de setembro.
A OIAB é considerada uma prévia da IBO: Alexandre, Clara e Iara, por exemplo, participaram desta competição em 2023, quando ela foi realizada na Espanha, e conquistaram medalhas de ouro.
Modalidade Olimpíada para entrar na universidade
Tanto as olimpíadas brasileiras de conhecimento quanto as internacionais abrem portas para os estudantes seguirem a vida acadêmica. Isso porque algumas instituições de Ensino Superior permitem o ingresso de candidatos medalhistas sem a necessidade de vestibular, como é o caso da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). Os critérios de admissão dependem de cada instituição e da medalha obtida.
No início de 2024, quatro participantes da 19ª OBB foram aprovados na universidade pela modalidade olímpica: Nailton Gama de Castro e Igor Bersanetti Gabilondo (Medicina na USP), João Pedro Albuquerque Damasceno (Ciências Biológicas na USP) e João Tomás de Camargo Silva (Medicina na Unesp).
Nailton e João Tomás haviam conquistado medalha de bronze na IBO 2023, realizada nos Emirados Árabes. Igor também foi para a IBO, mas não alcançou medalha. João Pedro, por sua vez, conquistou medalha de prata na OIAB 2023.
Para a pesquisadora do Butantan e coordenadora nacional da OBB, Sonia Andrade Chudzinski, esse é um grande diferencial da competição. “O ingresso nas melhores universidades via vaga olímpica é transformador, pois premia o estudante em sua área de afinidade”, afirma ela.
Sobre a OBB
A Olimpíada Brasileira de Biologia busca disseminar o conhecimento nessa área de atuação e também aproximar os estudantes do Ensino Médio à pesquisa científica. O projeto também serve como incentivo para que os jovens participem de competições internacionais de conhecimento e, mais tarde, ingressem nas universidades. Em 2024, a OBB somou mais de 163 mil inscritos.
A OBB é apoiada pelo Instituto Butantan, Fundação Butantan, Escola Superior do Instituto Butantan (ESIB), Centro de Toxinas, Resposta-imune e Sinalização Celular (CeTICS), Centro de Excelência para a Descoberta de Novos Alvos Moleculares (CENTD), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Educação e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Reportagem: Carolina Fioratti