Representantes de universidades e lideranças locais da região metropolitana de Lyon (França) visitaram a FAPESP, nesta terça-feira (05/06), a fim de discutir possibilidades de estabelecimento de futuros acordos de cooperação em pesquisa entre a Fundação e as instituições francesas.
O grupo, liderado pelo reitor da Universidade de Lyon 3, Jacques Comby, foi recebido pelo presidente da FAPESP, Celso Lafer, pelo diretor científico da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, e por Fernando Dias Menezes de Almeida, assessor da presidência.
A comitiva incluiu representantes da prefeitura de Lyon, da Universidade Lyon 3, do Instituto Nacional de Ciências Aplicadas (Insa) de Lyon, da Escola Nacional de Serviços Públicos do Estado (Entpe) e da Escola Nacional Superior (ENS).
Segundo Comby, o grupo representa todas as unidades da Universidade de Lyon e a visita foi idealizada com o objetivo de estabelecer um primeiro contato, a fim de compreender o funcionamento das modalidades de apoio à pesquisa da FAPESP.
“O resultado do encontro foi muito promissor. Estamos otimistas, acreditamos que há espaço para estabelecer diferentes tipos de acordos de cooperação, no futuro, entre a FAPESP e os vários estabelecimentos que compõem a Universidade de Lyon”, disse Comby à Agência FAPESP.
Segundo Comby, as várias unidades da Universidade de Lyon já têm relações estabelecidas com as universidades brasileiras, em particular com as de São Paulo, mas há interesse em aprofundar e estreitar esses laços.
“São Paulo é um local estratégico de desenvolvimento de nossas relações internacionais com o Brasil. Buscamos parcerias que envolvam o intercâmbio de estudantes e pesquisadores, além de chamadas de propostas para projetos específicos”, disse.
“Queremos reforçar as relações com a academia brasileira com colaborações internacionais construídas diretamente com as universidades, mas também queremos contar com a FAPESP”, afirmou.
Durante a visita, Brito Cruz apresentou à comitiva francesa uma breve exposição sobre as modalidades de fomento à pesquisa da FAPESP, descreveu o perfil dos acordos de cooperação vigentes e esclareceu dúvidas sobre as principais linhas de apoio e os critérios de avaliação de propostas de projetos.
De acordo com Comby, a Universidade de Lyon tem a intenção de explorar a afinidade existente entre as comunidades científicas dos dois países.
“Temos uma grande admiração pela explosão científica e econômica do Brasil, que é hoje um parceiro incontornável. Há também uma grande facilidade cultural, porque a França é um país latino com muita identificação com o Brasil”, disse.
“Trabalhamos juntos muito bem, com muito rigor, mas também uma certa cordialidade. Para os estudantes franceses em geral, o Brasil é um país muito atraente”, afirmou.
Uma possibilidade levantada durante a reunião para iniciar possíveis parcerias, segundo Comby, seria o financiamento inicial de workshops voltados para alavancar a relação de cooperação entre instituições dos dois países.
“Acreditamos ter diversos campos específicos de interesse mútuo. Queremos aprofundar a cooperação especialmente em campos como a engenharia, o direito, a biologia e as ciências sociais. Temos também a intenção de estimular projetos de pesquisa relacionados a questões importantes para a sociedade, como, por exemplo, o tema das cidades sustentáveis do futuro”, disse Comby.
A Universidade de Lyon lidera o programa Inteligência do Mundo Urbano, um laboratório de excelência em pesquisa sobre questões urbanas, que conta com considerável financiamento internacional.
“Gostaríamos de ter colegas brasileiros integrados a esse laboratório. A questão da cidade sustentável é um tema trabalhado de forma interdisciplinar, do ponto de vista econômico, de análise social, política e histórica, com abordagens da geografia e de ciências exatas – de engenharia e tecnologia especialmente. É uma área de atuação importante para muitos pesquisadores dos dois países”, disse.
Comby contou ainda que serão discutidas possíveis formas de intercâmbios bilaterais específicos entre escolas de engenharia de Lyon e São Paulo e de integração de grandes programas. “Queremos desenvolver cooperação em todas as escalas, partindo do que já existe atualmente”, disse.
Fábio de Castro
Agência FAPESP