A Fundação Getúlio Vargas, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Universidade de São Paulo (USP) e a Fapesp oficializaram a criação do Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública (FGV Analytics) que tem como objetivo criar e utilizar ferramentas tecnológicas inovadores para identificar, avaliar, acompanhar, antecipar e combater ameaças à segurança pública.
Sediado na Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV Eaesp), o Centro utilizará modelos matemáticos estruturados com base em ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para dar suporte à SSP no combate ao crime e utilizará modelos estatísticos para avaliar a eficácia de políticas públicas. O investimento total previsto é de R$ 18,6 milhões por um período de cinco anos. A FGV Eaesp irá ofertar, anualmente, quatro bolsas de mestrado profissional para funcionários da SSP.
Por meio de modelos computacionais, o FGV Analytics será capaz de antecipar a ocorrência de crimes e dar suporte para as ações policiais de prevenção. Também será possível monitorar e prevenir o roubo de cargas indicando a probabilidade deste tipo de ocorrência; entender a narrativa dos crimes por meio da categorização das informações contidas em boletins de ocorrência; utilizar análise temporal e similaridade para prever crimes em série, entender o comportamento de quadrilhas e do crime organizado por meio da análise de redes; avaliar políticas públicas, estratégias policiais, e efetividade de programas de policiamento; além de entender o impacto das ferramentas tecnológicas no combate ao crime.
O secretário de Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, entende que a aproximação entre as polícias, o Estado e as universidades, é natural, necessária e vai trazer benefícios para toda a sociedade.
O projeto que deu origem ao Centro é dividido em dois eixos. O primeiro é focado no desenvolvimento de ferramentas de big data, IA, e sistemas de apoio à tomada de decisões para acompanhamento dos casos, e o segundo é voltado à avaliação de políticas de segurança pública. O uso de ferramentas de IA, por exemplo, possibilitará prever ocorrências de crimes mais prováveis por região e desenvolver algoritmos capazes de definir as táticas de policiamento adequadas para cada situação. Esse tipo de parceria entre os formuladores de políticas de segurança pública e instituições de pesquisa e tecnologia já ocorre em diversos países do mundo, a exemplo da Inglaterra e Estados Unidos.