O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcio França, disse, nesta quinta-feira (23), em Campinas que o credenciamento definitivo dos parques tecnológicos da cidade no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) começará a ocorrer em algumas semanas, assim que for publicado decreto que irá alterar, e tornar mais rigorosas, algumas das regras exigidas. O ingresso no sistema habilita as unidades a obter financiamentos, incentivos fiscais e recursos estaduais para crescer.
Com isso, eles terão condições de atrair investimentos e gerar novas empresas intensivas em conhecimento ou de base tecnológica. Cinco parques de Campinas esperam pelo credenciamento definitivo.
Mudanças
Uma das alterações, informou, é que não será aceita a somatória de áreas para formar os 200 mil metros quadrados, mínimo exigido para ingressar no sistema. A partir do decreto, o interessado terá que comprovar a propriedade de uma área única naquela metragem. Essa mudança, no entanto, não atingirá os cinco parques de Campinas, que já estão pré-credenciados, informou.
Se atingisse, o Ciatec 2 estaria fora do SPTec, porque sem possuir uma área, a Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec) utilizou as áreas pertencentes a empresas instaladas naquele parque, entre a Unicamp e a Rodovia Ademar de Barros, para formar a metragem exigida.
Os parques de Campinas são os polos 1e 2 da Companhia de Desenvolvimento doCiatec, o Parque Científico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Pólis (parque instalado dentro do CPqD), o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI-Tec) e o Techno Park.
Pressa
A Prefeitura de Campinas tem pressa em que as instituições consigam a aprovação definitiva para que possam utilizar créditos acumulados de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) ou usar o imposto para pagamento de bens e mercadorias a serem utilizados em investimentos ou no pagamento de ICMS relativo à importação de bens.
A Ciatec tem dois polos. A Ciatec 1, instalada às margens da Rodovia D. Pedro I tem 750 mil metros quadrados de área, mas apenas 30% estão ocupadas. Já a 2 tem 8 milhões de metros quadrados, dos quais 3 milhões estão ocupados com 36 empresas. Dos 4 milhões restantes, a maior parte, 3 milhões, são áreas de preservação permanente (APP) e áreas verdes, que não podem ser usadas.
No CTI, na Rodovia D. Pedro, está nascendo um novo parque tecnológico especializado em tecnologia da informação. O Ministério de Ciência e Tecnologia garantiu investimentos de R$ 15 milhões para a implantação do CTI-Tec. Serão cinco novos edifícios para abrigar até 16 empresas e uma encubadora.
Outros segmentos
Já o Techno Park está instalado na Rodovia Anhanguera e abriga 66 empresas que atuam em diversos segmentos tais como telecomunicações, tecnologia da informação, processamento de dados, outsourcing, biotecnologia. Nesta quinta-feira, o diretor do parque, José Luiz Camargo Guazzelli, entregou ao secretário o projeto de ciência e tecnologia do Techno Park, em que atende todas as exigências do credenciamento.
O Parque Científico da Unicamp começou a ser implantado em 2011 no campus da universidade, com obras que irão abrigar o centro administrativo e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp). Essas duas unidades são parte de um conjunto de edificações previsto para abrigar laboratórios e centro de pesquisas de empresas que irão fomentar a transferência de tecnologia de ponta. Entre esses centros estão a Lenovo, a Cameron, Laboratório de Inovação e Biocombustíveis (LIB).
Outro parque tecnológico de Campinas é o Polis, instalado no CPqD, na Rodovia D. Pedro. Atualmente 19 empresas estão sediadas na unidade e todas atuam na área de tecnologia da informação (TI). O Pólis planeja ampliar a área para receber pelo menos mais cinco empresas, com possibilidade inclusive de ampliar as áreas de atuação, uma vez que o parque tem recebido consultas de empresas na área de nanotecnologia e biologia.
Centro desenvolve motor a etanol mais eficiente
O coordenador do recém-criado Centro de Pesquisa em Engenharia Professor Urbano Ernesto Stumpf (CPE), Waldyr Gallo, disse nesta quinta-feira que em quatro anos deverá estar pronto um piloto de um motor a etanol muito mais eficiente que possa competir com os motores a diesel. A declaração foi dada na apresentação do novo centro ao setor privado de pesquisa nas áreas de biocombustíveis e engenharia, baseado no Techno Park, em Campinas.
O projeto visa buscar um nicho de mercado para esses motores e um deles seria a frota de pequenos caminhões a diesel, com redução significativa de poluentes.
O CPE nasceu no final de 2014, com o propósito de investigar e desenvolver novas configurações de motores com biocombustíveis, redução de consumo, emissão de gases e seus impactos, além da viabilidade econômica e ambiental do biocombustível.
O centro de pesquisa é resultado de uma parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Peugeot Citroën do Brasil (PSA) e universidades e instituições de pesquisas. As Instituições envolvidas são: Instituto Mauá de Tecnologia, Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Escola Politécnica da USP e a Unicamp, que será sede do centro de pesquisa.