Notícia

Jornal do Brasil

Estado investirá R$ 20 milhões em ciência

Publicado em 19 abril 1995

Os setores científico e tecnológico do Rio de Janeiro receberão este ano uma injeção de ânimo e dinheiro, com liberação de R$ 20 milhões dos cofres do estado para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Com a criação do novo Plano de Ação da Faperj, o governador Marcéllo Alencar pretende tornar o Rio o maior centro de pesquisas do país. A idéia é reverter o êxodo de pesquisadores que abandonam o Rio pela falta de incentivos e atrair profissionais de outros estados e países através da concessão de bolsas. "Vamos investir em software e hardware, mas dou mais importância ao humanware", explicou ontem Marcello. O lançamento do novo Plano de Ação da Faperj - praticamente fechada à entrada de novos projetos há quatro anos - será no dia 2 de maio. Os recursos representam um aumento de quase sete vezes no valor que vinha sendo gasto anualmente pela fundação, pouco menos de R$ 3 milhões. "Queremos tornar o Rio o maior centro científico e tecnológico do Brasil", ousou Marcello. O Plano de Ação possui cinco vertentes básicas: mobilização (dez programas já aprovados de alcance social, cultural, tecnológico e científico), projetos temáticos (sete temas relacionados ao desenvolvimento do estado em áreas como meio ambiente, agricultura e saúde humana), atendimento à demanda espontânea (amparo a pesquisas independentes), bolsas (de pré-mestrado, pré-doutorado, iniciação científica, de pesquisador visitante e para cursos pré-qualificados na Capes) e programas especiais (voltados para o desenvolvimento do estado). O governador ressaltou a importância das universidades e da terceirização de serviços no processo de desenvolvimento do estado. "As instituições de ensino, as fundações e a iniciativa privada podem e devem ser nossos parceiros neste sentido", completou. O presidente do Conselho Superior da Faperj, Jacob Palis, ressaltou a necessidade de pagar melhor os pesquisadores, para que não abandonem o estado por falta de incentivos.