O estado de São Paulo registrou nesta sexta-feira (17) 339 novas mortes por coronavírus e 5.367 novos casos confirmados nas últimas 24 horas. Pela primeira vez, o número de pacientes internados com suspeita ou confirmação da doença ficou acima de 14 mil por sete dias seguidos.
As novas confirmações não significam, necessariamente, que as mortes e casos aconteceram de um dia para o outro, mas que foram contabilizadas no sistema neste período. Os números costumam ser menores no final de semana e às segundas-feiras devido ao atraso nas notificações nestes dias.
Com as confirmações desta sexta, o total de mortes no estado desde o início da pandemia subiu para 19.377 e o de casos confirmados para 407.415. O governo projeta que, até o final de julho, o número de mortes deve subir para 21 mil a 26 mil e o de casos confirmados para 510 mil a 600 mil.
Na quinta-feira (16), o estado de São Paulo atingiu a marca de 50 dias com média móvel superior a 200 mortes por Covid-19 por dia. A média móvel avalia o número dos últimos 7 dias e é um indicador usado para analisar a tendência da epidemia corrigindo o atraso nas novas confirmações de casos e mortes que ocorre nos fins de semana.
Veja os novos registros no estado de SP nas últimas 24 horas:
- 339 mortes
- 5.367 casos confirmados
Veja o total no estado de SP desde o início da pandemia:
- 19.377 mortes
- 407.415 casos confirmados
Internações e ocupação de UTIs
Segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde, o estado tem, nesta sexta-feira, 5.883 pacientes internados em UTI e 8.862 em enfermaria com sintomas da Covid-19. O total de pacientes internados é de 14.745 pessoas, entre casos suspeitos e confirmados da doença registrados nos sistemas público ou privado de saúde. Na quinta, o total era de 14.866 internados.
Esta é a primeira vez que o estado registra mais de 14 mil pacientes internados pelo sétimo dia seguido.
A taxa de ocupação de leitos de UTI subiu nesta sexta-feira para 67,2% no estado e 65,7% na Grande São Paulo. Na quinta, o índice era de 66,5% no estado e 65% na Grande São Paulo.
Além das altas hospitalares de pacientes internados com Covid-19, o governo de SP passou a divulgar, desde o início de julho, também o número de recuperados com quadros leves da doença.
Segundo a secretaria, nesta quinta são 255 mil pessoas recuperadas da doença no estado. O número contabiliza as 56 mil pessoas que estiveram internadas e receberam alta hospitalar. Ainda de acordo com a pasta, os demais recuperados são pessoas que tiveram diagnóstico positivo da doença, mas não precisaram de internação por apresentarem quadros leves.
Mortes quase triplicaram em 50 dias
Em números diários absolutos, o recorde de mortes confirmadas em um único dia foi registrado em 23 de junho, quando 434 novas mortes foram acrescentadas às estatísticas oficiais.
Mas a primeira vez que o estado chegou na média de 200 mortes por dia foi em 25 de maio. Depois, nos dias 26 e 27, a média ficou pouco abaixo de 200. Em 28 de maio, ela foi de 203 e, desde então, não baixou desse patamar.
Naquele dia, o estado tinha menos de 7 mil mortes confirmadas pela doença do novo coronavírus. Nesses 50 dias que se passaram, esse número quase triplicou, com quase 12 mil novas mortes. A média para o período é de cerca de 240 novas mortes por dia.
Isso porque a média não permaneceu perto de 200, mas seguiu aumentando. Desde 14 de junho ela segue acima da marca de 220 mortes por dia. No fim de junho, ela chegou ao patamar mais alto, de quase 280 mortes diárias. As novas mortes chegaram a ter queda no fim do mês passado, mas voltaram a aumentar e, atualmente, o patamar está perto de 260 mortes por dia.
Uma 'queda de avião' por dia
Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, a expectativa é que esse nível siga elevado até o ano que vem. "Estamos tendo a explosão de um Boeing 747 por dia e pode ser que isso se prolongue até o ano que vem”, afirmou durante debate virtual com especialistas realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) e o Butantan.
Dimas Covas faz parte do Centro de Contingência montado pelo governo de São Paulo e já coordenou o grupo em um dos revezamentos de seus membros. No entanto, apresenta posições diferentes das defendidas pela gestão João Doria (PSDB).