Imunização começaria na última quarta-feira, mas foi suspensa pelo Ministério da Saúde governador de São Paulo, João Doria, anunciou ontem a retomada da vacinação contra COVID-19 das grávidas e puérperas (mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias) com comorbidades a partir da próxima segunda feira (17). “ Preocupados com a imunização das grávidas, orientamos para que a partir da próxima segunda-feira elas possam ser vacinadas em todo o Estado de São Paulo, não havendo, portanto, interrupção de um tempo maior. Isso será possível por conta do remanejamento da vacinação e entrega de novas doses da vacina do Butantan e da Pfizer realizadas ontem ”, afirmou o Governador. A data de retomada foi definida graças ao remanejamento da vacinação e entrega de mais doses da vacina do Butantan ao Ministério da Saúde e à chegada de mais imunizantes da Pfizer a São Paulo. No total, 100 mil gestantes e mulheres adultas (com 18 anos ou mais) que tiveram partos recentes poderão se vacinar com estes dois tipos de vacinas. Inicialmente, a imunização deste público estava prevista para começar na quarta-feira, mas foi suspensa pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa com as vacinas da Fiocruz astrazeneca especificamente para as mulheres com estes perfis. Os demais públicos seguem contando com este imunizante, que é seguro e eficaz.
O Governo Federal sinalizou que emitirá nota técnica com relação às gestantes que já receberam a primeira do imunizante. “ O planejamento que nós fazemos todo o tempo nos permite que no dia 17 de maio, a gente reabra para este grupo que na quarta feira logo pela manhã foi suspenso. O Estado de São Paulo foi um dos primeiros a suspender a vacinação das gestantes e puérperas com comorbidades acima de 18 anos com a vacina da Astrazeneca. Faremos agora com a vacina do Butantan e o município de São Paulo também tem a da Pfizer ”, explicou a Coordenadora Geral do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula. As grávidas em qualquer período gestacional deverão também apresentar comprovante de acompanhamento e ou pré-natal ou laudo médico. As puérperas podem utilizar a declaração de nascimento da criança. Para ambos os casos, é necessário comprovar a comorbidade apresentando documentos de saúde como exames, receitas, relatório ou prescrição médica, bem como cadastros pré existentes nas UBS (Unidades Básicas de Saúde). Inquérito Sorológico da prefeitura de São Paulo divulgado ontem indica que um terço da população do município já teve contato com o coronavírus. Feito com 1.521 amostras, o estudo identificou anticorpos em 33,5% dos participantes. Na pesquisa anterior, em fevereiro, 25% dos paulistanos haviam tido contato com a doença. O crescimento considerável pode ser atribuído à disseminação da variante mais transmissível do coronavírus identificada pela primeira vez em Manaus (AM), a chamada P1. A população entre 18 e 34 anos registrou a maior prevalência de anticorpos, com 35,1%, índice maior do que os registrados entre as pessoas de 35 a 49 anos (28,7%) e as de 50 a 64 anos (28%). Os números para as faixas etárias acima dos 65 anos não foram divulgados, visto que as amostras de pessoas já vacinadas foram descartadas. Ainda segundo estudo, a estimativa de prevalência da covid-19 na Zona Sul (39,1%) e Norte (34,4%) se destacam com os maiores índices, seguidas pela Zona Leste (33,3%), Sudeste (29,6%) e, por fim, Centro-Oeste (27,2). A pesquisa indica também que as regiões mais pobres Se com SP Cerca de 100 mil gestantes e mulheres que tiveram partos recentes poderão se vacinar registraram as maiores taxas de contato, com as zonas de IDH (Indice de Desenvolvimento Humano) baixo reportando 36,2% de amostras com anticorpos. Já nas faixas de IDH alto, a taxa de prevalência ficou em 20,1%.
O governo de SP segue apoiando o trabalho de pesquisa no Estado. Em 1962, em seu primeiro ano de operação, a FAPESP concedeu a pesquisadores do Instituto Butantan- entre eles Raymond Zelnick e Willy Beçak — três auxílios à pesquisa e três bolsas, para estudos sobre citogenética humana, venenos ofídicos e cardiotônicos. Desde então, essa parceria já se traduziu no apoio a 1.134 projetos de pesquisa — 54 ainda em andamento, entre eles os ensaios clínicos da vacina Corona vac- e 1.458 bolsas, mais de 80 em curso. Às vésperas de completar 60 anos, essa colaboração foi celebrada no dia 6 maio, em visita dos dirigentes da FAPESP à sede do Instituto. “ O apoio da FAPESP ao Butantan e à ciência do Estado de São Paulo é fundamental. E por meio da FAPESP que a ciência consegue ter os subsídios e o apoio que precisa para produzir vacinas e outros medicamentos ”, afirmou Dimas Covas, presidente do Butantan. Raul Machado, diretor de Estratégia Institucional do Butantan, sublinhou que, entre 2002 e 2021, os projetos do Instituto apoiados pela FAPESP resultaram em 1.931 publicações em revistas científicas indexadas. “ Nos últimos dez anos, a dinâmica de citações saltou da casa de centenas para milhares ”, observou. O Instituto Butantan também sedia o Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares (CENTD), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela Fundação em parceria com a GlaxoSmithKlein (GSK), e o Centro de Pesquisa em Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular (CeTICS), um dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP que, de acordo com Machado, além de investigar a resposta sistêmica de células, tecidos e organismos usando toxinas peptídicas, também tem contribuído para avaliar a extensão dos processos inflamatórios de pacientes acometidos pela COVID-19. O apoio da FAPESP possibilitou ainda o desenvolvimento do soro elaborado a partir do plasma de cavalos, que tem como objetivo amenizar os sintomas da doença em pessoas infectadas pelo -CoV-2, e a implementação da Rede de Alerta das Variantes de COVID-19, criada para detectar as variantes emergentes do novo coronavírus no Estado de São Paulo. Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP sublinhou que “ o Instituto Butantan tem uma função vital para garantir a autonomia de São Paulo e do Brasil na produção de vacinas ” e afirmou que a Fundação seguirá apoiando pesquisas orientadas para resultados que se traduzam na produção de novas vacinas e fármacos. “ De 1962 para cá, os projetos fomentados e apoiados pela FAPESP no Butantan resultaram em benefícios diretos à população. Não só à do Estado, como à de todo o país. Por isso, só temos a agradecer ”, concluiu Covas ao final do encontro. Participaram da visita o diretor-presidente do Conselho Técnico administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco; o diretor científico e o diretor administrativo da Fundação, Luiz Eugênio Mello e Fernando Menezes, respectivamente; e o chefe de gabinete da presidência da FAPESP, José Roberto Drugowich.