A experiência internacional e a história recente dos povos estão a demonstrar o papel fundamental que o Estado deve desempenhar na indução e no desenvolvimento da pesquisa e da inovação tecnológica promovendo, com os recursos públicos disponíveis, a articulação entre os principais agentes deste segmento como universidades, institutos de pesquisas e empresas privadas, promovendo sensíveis mudanças na melhoria do processo produtivo.
A diferença entre as nações deste século será cada vez mais aguda na medida da apropriação do conhecimento e da inovação científica de cada qual. Esta constatação já era correia para lorde Rutherford, ao afirmar que "a ciência está destinada a desempenhar um papel cada vez mais preponderante na produção industrial (...)".
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, que não obstante ter a idade cronológica de uma debutante, já ostenta um inquestionável rol de serviços prestados à sociedade mineira, no desenvolvimento da inteligência montanhesa, através de um programa especial de bolsas para a formação de pesquisadores nas diversas academias universitárias existentes no Estado ou pelo financiamento de uma miríade de projetos de pesquisas nas diferentes áreas do conhecimento humano e, finalmente, por uma modalidade de fomento induzido a projetos direcionados à política do Governo do Estado para o desenvolvimento regional.
No limiar dos anos 50, impulsionadas pelo ciclo da industrialização brasileira, surgiram o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes, agências governamentais que mudaram a fisionomia da nação no que se refere à formação de pessoal voltado para a pesquisa. Na década seguinte, dos anos 60, foi criada a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Fapesp, cuja atuação e desenvolvimento extrapolaram as fronteiras regionais e nacionais.
Minas Gerais, fazendo ressonância aos movimentos de implantação de uma política de ciência e tecnologias nacionais, chegou a criar a sua primeira fundação de amparo á pesquisa no ano de 1966, sendo tal experiência frustrante, pela não implantação, vindo a desaparecer em 1969. Com o advento da Secretaria de Estado da Ciência Tecnologia, no ano de 1977, em atendimento ao que preconizava o Plano Mineiro de Desenvolvimento Econômico e Social, criou-se condições para a institucionalização de uma entidade de fomento à pesquisa, com a finalidade de servir de instrumento de uma política pública voltada para o desenvolvimento regional.
Outro fato importante foi à criação do Ministério da Ciência e Tecnologia, no ano de 1985, determinando novos rumos para o setor, fazendo surgir novo enfoque político no atendimento às demandas de cada região do território pátrio. Foi neste contexto impregnado pela riqueza de idéias que surgiu a nossa Fapemig.
À época, já era evidente o descompasso tecnológico de Minas Gerais em relação ao desenvolvimento industrial do Sudeste e ao próprio crescimento do Estado, que já era o segundo na escala nacional. Foi neste momento histórico de grande inspiração, que uma plêiade de homens com os olhos postados no futuro, conseguiu convencer o Governo do Estado sobre a importância da criação de uma instituição de fomento à pesquisa.
No mês de Junho do ano de 1985, um auditório de duas mil pessoas presentes ao Congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, sediado em Belo Horizonte, assistiu o governador Hélio Garcia anunciar oficialmente a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. Os cientistas mineiros, enfim, podiam se confraternizar pela materialização de um sonho acalentado durante décadas.
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