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Envolverde

Estação Ciência abre Laboratório para observação do mundo microscópico

Publicado em 20 julho 2009

Por Beatriz Flausino

Leire Cristina, de 12 anos, Darque Oliveira, de 23 anos, e Vanessa Ferreira, de 12 anos, têm em comum o fato de que nunca tinham usado um microscópio até manusearem o instrumento na nova atração da Estação Ciência da USP, o Laboratório de Microscopia. O principal objetivo do Laboratório é apresentar ao público “o mundo que não podemos ver a olho nu”, segundo a responsável pela montagem do local, Eliana Dessen, professora do Instituto de Biociências (IB) da USP e pesquisadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP.

Eliana explica que além disso, o Laboratório pretende aproximar o aluno dos conceitos que ele aprende na sala de aula. “O conceito de célula, por exemplo, é uma coisa muito complicada para o estudante, porque fica muito abstrato para o aluno entender que aquilo é uma unidade de vida, uma coisa que ele não pode ver. O material ótico possibilita essa descoberta de um mundo invisível e isso gera um encantamento.”

No Laboratório, o visitante entra em contato com três equipamentos de observação: a lupa de mão, a lupa de mesa, e o microscópio. A lupa de mão é aquela mesma que temos contato no dia a dia, e que aparece nas histórias de detetives. A lupa de mesa e o microscópio são bem parecidos e é fácil haver confusão, a principal diferença entre eles é que a lupa de mão só aumenta até 40 vezes, os microscópios aumentam mais de 100 vezes.

O primeiro organismo que os visitantes da atração visualizam é uma larva de amendoim, ela tem cerca de um centímetro e é visível a olho nu, mas com a lupa de mesa é possível ver muito mais detalhes da larva. A larva causa sensação entre as crianças, mas Vanessa, 12 anos, não se animou muito com essa observação, ela diz que ficou com um “pouco de nojo”.

Logo depois, os monitores preparam a observação de um verme que vive num meio com aveia. “Esse verme está no limite entre o visível e o invisível”, afirma Eliana. Na sequência, acontece a visualização da biodiversidade de uma gota d’água. Nela já não é possível ver nada sem o aumento da lupa. Essa mesma gota é visualizada no microscópio: lá, já é possível diferenciar dois microorganismos presentes. No microscópio, também são observadas uma pulga, em dois aumentos, e uma folha de elódea (planta aquática) em que é possível ver as células e até cloroplastos (estruturas das células).

Nenhum desses organismos que os visitantes visualizam no Laboratório causa doença. Esse é um ponto importante para a professora, porque “a primeira coisa que o aluno imagina quando pensa em microorganismo é doença, mas, no entanto, a quantidade de microorganismos patogênicos é muito baixa. A maioria deles é muito importante para o equilíbrio na natureza”. Eliana explica que um dos objetivos do programa é esse “mostrar que o que nós não vemos não é necessariamente mal. E, além disso, nós queremos aguçar a curiosidade desse estudante, desse visitante para a ciência e para a própria descoberta”.

O Laboratório foi montado com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio do projeto de difusão do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP.

A atração aceita visitantes a partir de 11 anos. A Estação Ciência se localiza na Rua Guaicurus, 1.394, Lapa, São Paulo, e funciona de terça a sexta-feira, das 8 às 18 horas; fins de semana e feriados, das 9 às 18 horas. A Estação não abre às segundas-feiras. O agendamento de visitas escolares pelos telefones (11) 3675-6889 e 3672-5364. O preço da entrada varia de R$1,00 a R$2,00 por pessoa. Há entrada grátis para todos no primeiro sábado e terceiro domingo de cada mês.

(Envolverde/Agência USP de Notícias)