A TissueLabs, healthtech brasileira com apenas dois anos de vida, mantém conversas com quatro fundos de investimento — três deles brasileiros, segundo O Globo — para levantar US$ 2,5 milhões em um aporte do tipo seed, para startups em começo de carreira. A rodada deve acontecer nos próximos meses e deverá ser um grande reforço para a grande ambição da empresa: criar um coração humano em laboratório, usando bioimpressoras 3D.
Não será o primeiro dinheiro investido na TissueLabs. Já rolou um aporte de R$ 1,5 milhão em investimento anjo em junho do ano passado, liderado pelo economista Eduardo Zylberstajn, além de cerca de R$ 2 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) através do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe). Esta última verba financiou um projeto para industrializar a manufatura das biotintas — combinações de hidrogéis com células em altíssima resolução.
Outra conquista foi a abertura de um escritório em Lugano, na Suíça. Este passo permitiu a obtenção, no mês passado, de uma bolsa de cerca de 15 mil francos suíços (R$ 89,7 mil) da InnoSuisse, agência de inovação do país.
Hoje, a startup oferece à comunidade científica os meios para fabricar órgãos e tecidos em laboratório. Ao mesmo tempo, desenvolve suas próprias linhas de pesquisa mirando na fabricação futura de órgãos e tecidos para serem vendidos. Um de seus produtos é uma bioimpressora chamada de TissueStart, que permitirá a impressão 3D de órgãos usando as tais biotintas.
Mas a tecnologia ainda está em desenvolvimento. O objetivo será “imprimir” órgãos transplantáveis, mas hoje só produz poucos centímetros de tecido. “Ainda há muitos gargalos. Não conseguimos células em escala suficiente para produzir grandes tecidos. A criação de sistemas de microvascularização é uma dificuldade ainda maior. Mas acreditamos que em 15, 20 anos, conseguiremos a escala que procuramos”, explicou o cofundador Gabriel Liguori.