Foram dois anos de trabalho envolvendo 37 cientistas de oito centros de pesquisa - dois deles no exterior-, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Eles analisaram 92% dos 14 mil genes do Schistosoma mansoni publicaram os resultados na Nature Genetíc online. Causador da esquistossomose, o S. mansoni infesta mais de 10 milhões de brasileiros, 1 milhão dos quais vão ter a forma grave da doença e 100 mil vão morrer. Na mesma edição, a revista publica o trabalho de cientistas chineses, que analisaram um parente do S. mansoni o S.japonicum. As várias formas de esquistossoma contaminam 200 milhões de pessoas em todo o mundo por ano, a maioria na Ásia, América Latina, Oriente Médio e África.
É a primeira vez que a Nature publica estudo com dados obtidos com uma técnica brasileira de seqüenciamento chamada Orestes. A pesquisa coordenada por Sérgio Verjovski-Almeida, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, analisou genes expressos nos vários estágios de vida do verme, enquanto os chineses estudaram apenas os genes dos ovos e vermes adultos.
A estratégia permitiu que os brasileiros identificassem alguns pontos fracos do esquistossoma. "Requeremos centenas de patentes, entre elas as de 45 genes que podem ser alvo de novas drogas e de 28 que podem ser usados no desenvolvimento de vacinas", explica Verjovski-Almeida.
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Jornal da Tarde