Autoridades de 30 países participaram de simpósio cujo tema foram as vantagens da fibra vegetal em relação à de vidro, ao plástico e até ao aço
Sisal, coco, juta, cana-de-açúcar, carauá (vegetal da Amazônia) e rami (cultivado no Paraná poderão cada vez mais ser hostilizados em automóveis. O tema foi discutido no Terceiro Simpósio Internacional de Compósitos e Polímeros Naturais, realizado entre os dias 14 e 17 deste mês em São Pedro (SP), e que contou com presença de 300 especialistas de 30 países. Essa é mais uma tentativa de fazer o uso desse tipo de material decolar na indústria automobilística.
Segundo Alcides Lopes Leão, pesquisador e especialista em Ciências Ambientais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), as fibras vegetais são mais baratas do que as outras fibras existentes. "A fibra de plástico custa mais de R$ 2,00 o quilo; a de vidro varia de R$ 4,00 a R$ 6,00, enquanto a natural sai por R$ 1,00 o quilo", diz.
Além disso, segundo ele, as fibras naturais colaboram também com o meio ambiente, como mostra uma pesquisa que está sendo desenvolvida pela Unesp em parceria com a General Motors e com a Mercedes. "Um banco de automóvel de fibra de coço, por exemplo, além de ser mais barato para a empresa, é mais saudável e seguro para o motorista", afirma Leão. "A fibra de coco permite maior transpiração e agüenta mais peso, além de produzir fumaça menos tóxica em caso de incêndio, se comparada aos bancos convencionais."
Ele diz que a juta está sendo usada em teste nas laterais das portas dos automóveis, e mostrou-se mais forte, além de não deixar pontas em caso de acidente. "A resistência por peso da juta é maior do que a do aço", garante. "Um grama da fibra natural agüenta mais peso do que a do metal." Leão afirma também que são materiais renováveis e recicláveis, e que não contribuem para o efeito estufa.
NATUREZA:
Bancos de carros moldados em fibra de coco são mais cômodos para o ocupante, argumenta o pesquisador Alcides Leão, da Unesp (á direita). O material natural também apresenta como vantagens ser renovável, custar menos do que compostos sintéticos e suportar mais peso.
Notícia
Jornal da Tarde