“O caminho para chamar a atenção da sociedade para os artigos científicos é o investimento na educação de qualidade”, diz o professor Valter José Cobo.
Segundo um artigo publicado pela Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o número de artigos científicos publicados por pesquisadores brasileiros tem aumentado nos últimos anos. Porém, essas pesquisas não estão tendo a repercussão que deveriam, já que o impacto delas na sociedade não acompanhou o mesmo crescimento.
O professor e coordenador do comitê de Iniciação Científica da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unitau (Universidade de Taubaté), Valter José Cobo, é otimista ao falar que “o impacto da divulgação científica no Brasil se encontra em uma fase crescente”. Ele explica que, apesar de ainda ser pequena, a divulgação auxilia no crescimento deste impacto. “Vem crescendo sim, e representa um círculo virtuoso, ou seja, quanto mais for divulgado, maior o impacto”.
Também de acordo com a Agência Fapesp, em setembro deste ano, aconteceu um simpósio no Instituto Butantan, em São Paulo, para discutir estratégias para que a ciência prática no País conquiste mais relevância. Uma das técnicas abordadas foi à colaboração internacional e a inovação em pesquisas clinicas.
Para Valter Cobo, o caminho para chamar a atenção da sociedade para os artigos científicos é o investimento na educação de qualidade. Investimento esse que deve acontecer por meio de uma base adequada e sólida, desde o Ensino Fundamental até os níveis superiores.
Artigos científicos são trabalhos acadêmicos que apresentam resultados de pesquisas realizadas discutindo métodos, ideias e técnicas. Elas são importantes para desenvolver um cidadão mais critico e com mais recursos intelectuais.
“A construção do conhecimento é feita com muitas mãos e, especialmente, muitas cabeças, então quando divulgamos os resultados de nossas pesquisas em artigos científicos estamos divulgando nossos achados”, explica o professor.
O estudante de jornalismo da Unitau, Alan Kevin, produziu um artigo científico sobre “hábitos de consumo de mídia da população de Taubaté”. Para realizar sua pesquisa, ele precisou abordar mais de 350 pessoas para a coleta de dados.
“Eu percebi, por meio das entrevistas que realizei, que as pessoas se conheciam mais, e eu consegui também entender qual é o hábito da maioria”, conta o estudante – ao defender a importância da sua pesquisa para a sociedade. “Isso provoca críticas na cabeça das pessoas para que elas entendam como é importante ter esse senso critico”, acrescenta.
No Vale do Paraíba, segundo Cobo, também existem inúmeras iniciativas cientificas que buscam conservar a bacia do rio Paraíba do Sul que é o responsável pelo abastecimento de água de várias cidades da região.
Alan Kevin entrevistou mais de 350 pessoas para produzir sua pesquisa e investigar hábitos de consumo de mídia da população de Taubaté