Vacina Qdenga enfrenta desafios na aceitação da segunda dose
A baixa adesão à segunda dose da vacina Qdenga preocupa especialistas em saúde pública.
A baixa adesão à segunda dose da vacina Qdenga gera preocupações entre especialistas em saúde pública. A dengue é um dos maiores desafios enfrentados no Brasil e no mundo, com um aumento significativo no número de municípios infestados pelo Aedes aegypti, passando de 1.753 em 1995 para 5.385 em 2024. A professora Raquel Silveira Bello Stucchi, da Unicamp, destaca que entre agosto de 2024 e julho de 2025, mais de 3,6 milhões de pessoas estiveram sob risco de dengue, resultando em quase 2,7 mil mortes, a maioria no Brasil.
Vacina Qdenga e seus desafios
A Qdenga, única vacina disponível no Brasil, é aprovada para indivíduos a partir de 4 anos, com ênfase na faixa etária de 6 a 16 anos em áreas endêmicas. Um estudo realizado na Ásia demonstrou uma soroproteção de 63% em quem já teve dengue e 51% em soronegativos, resultando em cerca de 60% de proteção global. A vacina também mostrou eficácia significativa na prevenção de hospitalizações, mas a necessidade de uma segunda dose é crucial, já que a proteção da primeira diminui após 90 dias.
Efeitos adversos e vigilância
Com mais de 36 milhões de doses aplicadas até 2025, foram registrados 124 casos de anafilaxia, todos tratados com sucesso, além de raras notificações de síndrome de Guillain-Barré. Apesar desses eventos requererem vigilância, a professora Stucchi afirma que não comprometem a segurança da vacina. A expectativa também recai sobre uma nova vacina em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, que mostrou eficácia de 80% após dois anos.
Considerações finais
Os desafios permanecem, e para Stucchi, é essencial desenvolver vacinas tetravalentes de dose única e melhorar os métodos para medir a imunidade. A luta contra a dengue exige um esforço conjunto e contínuo para garantir a proteção da população.