Desde 1554, com a inauguração do Colégio dos Jesuítas em São Paulo, até o início do atual milênio, a história da escola pública em São Paulo e no Brasil percorreu um ciclo de desenvolvimento bastante irregular. Um estudo feito pela historiadora Maria Luiza Marcílio, da Universidade de São Paulo e do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, atesta que os períodos de baixa foram infinitamente maiores ao longo dos 450 anos de história de São Paulo.
"A pouca importância dada à educação e aos professores, em todos os momentos, perpassa todo o livro", disse Maria Luiza à Agência FAPESP. O trabalho da historiadora, publicado no livro História da Escola, que foi lançado na última terça-feira (28/6), em São Paulo, identificou apenas um momento positivo - ou de alta - para toda a educação paulista.
"A Proclamação da República foi seguida por uma revolução na educação. Naquele período existia uma plêiade de grandes intelectuais, que estava sob influência dos avanços obtidos nos Estados Unidos e na França", explica a autora do livro, editado pelo Instituto Braudel e pela Imprensa Oficial do Estado.
"Aquelas pessoas criaram o grupo escolar em São Paulo, algo que não existia. Além do jardim da infância e do ginásio escolar. A metodologia nova também foi aplicada na criação da escola profissionalizante. Tudo foi um grande avanço para a cidade, que teve repercussões em todo o Brasil", diz a historiadora. Os outros momentos, entretanto, foram marcados pelo atraso.
Para jostrar a história da escola pública de base, Maria Luiza organizou seu livro em três partes. A primeira, sobre as origens, vai de 1554 até 1807. A segunda, que chamou de "Século da história", vai até 1990. "A terceira parte, da década de 1990, é a da globalização e da democratização da educação", explica.
Apesar das idas e vindas, o atraso da educação é visível ao longo do período histórico analisado pela pesquisadora. "Houve ampliações e um certo desenvolvimento. Contudo, sempre estivejos atrás de países como Argentina, Chile e Uruguai. Até hoje, por causa da falta de prioridade, tejos índices de escolaridade mais baixos do que os nossos vizinhos na América Latina", afirma.
Fonte: Agência FAPESP