O lançamento do livro Bioecologia e nutrição de insetos - base para o manejo integrado de pragas, dos editores Antonio Ricardo Panizzi, do Centro de Soja da Embrapa de Londrina e, José Roberto Postali Parra, professor do departamento de Entomologia e Agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), contou com a participação do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marco Antonio Zago.
A obra, com 1.164 páginas, foi financiada com recursos do CNPq, de R$ 177 mil. Demorou cinco anos para ser concluída e reúne as principais pesquisas do setor dos últimos 40 anos no Brasil, segundo Panizzi. "Em 1991 fizemos um primeiro livro sobre o assunto. Decidimos fazer uma segunda edição, mas como havia muita inovação e pesquisas ainda não publicadas no Brasil, resolvemos fazer um novo livro que poderá ser útil por várias gerações", afirmou.
O professor Parra ressaltou que o livro poderá ser utilizado por docentes, professores e pesquisadores de Biologia, Ecologia, Zoologia e Ciências Ambientais, outras áreas além da Agronomia, que é o seu foco principal.
"É um livro básico que trata de fornecer subsídios para que se faça o manejo integrado de pragas permitindo a redução de produtos químicos nas lavouras", disse.
As bibliotecas das principais instituições de ensino e pesquisa do Brasil terão um exemplar do livro. A obra conta com subsídio da Embrapa, segundo Parra, e por isso seu preço para venda é de R$ 160. Foram publicadas 2 mil unidades nessa primeira edição.
Pesquisa
O presidente do CNPq disse que a Esalq é um importante formador de pesquisadores, que são encontrados em diversas partes do país. Essa é uma das razões pela qual ele esteve na universidade no ano passado e retornou neste ano para o lançamento do livro e também para debater com a comunidade acadêmica os programas de incentivo da instituição à pesquisa científica e tecnológica.
Segundo ele, mesmo com a crise econômica e com a cautela do início do ano, os financiamentos aos estudos não ficaram prejudicados. Ele informou que em 2006 foram concedidas 45 mil bolsas e em 2009 o número é de 72 mil.
O CNPq é uma agência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) destinada ao fomento de estudos científicos e tecnológicos e à formação de recursos humanos para a pesquisa no país.
"O CNPq tem lançado diversos programas. Um deles, criado no ano passado, tem recursos de R$ 600 milhões em parceria com instituições, como a Fapesp, que contribui com R$ 100 milhões do total. Essa verba vai custear 123 instituições nacionais, por meio de seus Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). A Esalq sedia dois deles", comentou. Os INCTs da Esalq são o de Semioquímicos na Agricultura e o de Engenharia da Irrigação.
Zago informou que o Brasil é o principal formador de doutores da América Latina. "Formamos 10.500 doutores por ano, o que representa 75% das pessoas formadas com esse título na América Latina. Ainda são as universidades as principais instituições a absorver essa mão-de-obra especializada. É mínima a quantidade de profissionais que se formam no exterior e não retornam ao país. As empresas e as indústrias também devem abrir mais para a contratação desses doutores para poder contar com a inovação tecnológica e o conhecimento científico deles".
Segundo o presidente do CNPq, por contrato, os pesquisadores que estudam no exterior com recursos federais têm de retornar e permanecer atuando no Brasil pelo mesmo período que ficaram em estudo em outro país.