Dois após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil na quarta-feira, 26, pesquisadores brasileiros já sequenciaram o genoma do coronavírus. O trabalho foi feito pelas equipes do Instituto Adolfo Lutz, que confirmou o caso, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Oxford, na Inglaterra. A média de sequenciamento em outros países tem sido de 15 dias.
“Ao sequenciá-lo, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia. Sabemos que o único caso confirmado no Brasil veio da Itália, contudo, os italianos ainda não sabem a origem do surto, pois ainda não fizeram o sequenciamento de suas amostras. Não têm ideia de quem é o paciente zero e não sabem se ele veio diretamente da China ou passou por outro país antes”, disse à Agência Fapesp a diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP, Ester Sabino. O objetivo do trabalho é ajudar os serviços de saúde em testes diagnósticos e no desenvolvimento de vacinas, segundo Sabino.
O sequenciamento do genoma do coronavírus foi coordenado pela pesquisadora baiana Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da agência de fomento à pesquisa de São Paulo, a Fapesp. Ela desenvolve pesquisas sobre o mapeamento do Zika no Brasil e coordenou uma equipe de pesquisadores para este sequenciamento do coronavírus ao lado do pesquisador Claudio Tavares Sacchi, do Instituto Adolfo Lutz.
Jaqueline Goes é graduada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, é mestre em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz – Fundação Oswaldo Cruz (IGM-FIOCRUZ) e Doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia.