A Eletrovento (www.eletrovento.com.br), localizada na Incubadora de Empresas da Universidade Estadual de Campinas, lançará em julho deste ano os modelos comerciais de aerogeradores (ou geradores eólicos). O aerogerador é o aparelho que transforma a energia cinética do vento em energia elétrica. Ele é formado por uma hélice de três pás, ligadas a um eixo, que está acoplado a um gerador elétrico. Esse gerador transforma o vento em corrente de energia para alimentar um banco de seis a oito baterias.
As baterias têm função de acumular energia para os dias de calmaria, explica o engenheiro elétrico Cassiano Nucci Paes Cruz, um dos sócios da Eletrovento. "Na prática, a caixa de baterias pode manter o fornecimento de energia mesmo se não ventar durante três ou quatro dias. Isso, claro, considerando a bateria totalmente cheia", alerta. O carregamento da bateria depende da quantidade e continuidade do vento.
A energia produzida é proporcional à velocidade do vento elevada ao cubo. Ou seja, se um vento de 2 metros por segundo gerar 100 watts de energia, um vento de 4 metros por segundo vai produzir 800 watts. "Portanto, lugares com mais vento produzem mais energia", diz Cruz. Em Campinas, a velocidade média do vento é de 3 metros por segundo. "Mas isso varia muito", completa o engenheiro.
A Eletrovento tem tecnologia e protótipos testados e, até o meio do ano, lançará comercialmente os aparelhos com potência de 1 kW, capazes de gerar energia para uma casa de pequeno porta A empresa também está desenvolvendo os aerogeradores com potência de 2 kW, que podem suprir as necessidades de energia de uma casa média. Este aparelho deverá ser lançado no fim do ano.
O aerogerador de 1 kW custa perto de R$6.500,00. Mas, de acordo com Cruz, só o aparelho não é suficiente para utilizar a energia gerada. "Vão ser necessárias baterias, uma torre e controles de carga, aí, o preço vai para R$12 mil, em média", afirma. Os geradores eólicos de 2 kW deverão custar cerca de R$ 20 mil. "Não é barato, mas se o dono de um sítio pensar que vai pagar para levar a rede de energia elétrica até sua casa e depois vai pagar conta de luz o resto da vida, vale a pena ele investir num gerador desse, para uma casa de veraneio de médio porte", afirma o empresário. "Além de não ter que pagar mais conta, ele estará produzindo sua própria energia, a partir de um bem renovável, que não polui o ambiente e é uma fonte inesgotável, diferentemente do petróleo das termelétricas."
Um dos objetivos dos sócios da Eletrovento é conseguir investidores para produzir os aerogeradores em série. Assim, o custo do produto cairá e o uso de energia eólica ficará mais acessível O desenvolvimento de aerogeradores faz parte de um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia. "Nosso compromisso é produzir, até o fim de 2005 um gerador de 5kWh de potência", afirma Cruz.
Esses aparelhos poderão ser aproveitados no programa de universalização de energia elétrica do governo Luiz Inácio Lula da Silva, cujo objetivo é levar luz às comunidades pequenas, de baixa renda, que ainda não possuem energia elétrica (veja texto nesta página).
Notícia
Correio Popular (Campinas, SP)