Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), divulgaram nesta quinta-feira (13), na revista Nature, a descoberta de uma enzima capaz de transformar o setor de bioenergia.
Batizada de CelOCE (Cellulose Oxidative Cleaving Enzyme), a molécula acelera a decomposição da celulose, etapa essencial para a produção de biocombustíveis, bioquímicos e biomateriais.
A enzima foi isolada a partir do DNA de bactérias coletadas em áreas de solo brasileiro cobertas por bagaço de cana-de-açúcar. Diferentemente de outros processos, não houve seleção ou criação em laboratório, com o estudo percorrendo todo o caminho da bioprospecção até a produção em escala industrial na planta-piloto do CNPEM.
“Essa descoberta redefine o paradigma da degradação da celulose e pode revolucionar as biorrefinarias”, afirma Mario Murakami, pesquisador que liderou o estudo.
Segundo ele, a CelOCE abre novas rotas para a produção de bioenergia e outros produtos sustentáveis, impulsionando uma economia de baixo carbono.
Composta por apenas 115 aminoácidos, a enzima é mais simples de modificar em laboratório, o que amplia seu potencial de uso em combustíveis, plásticos, ácidos orgânicos e outros produtos petroquímicos.