Um estudo concluiu que as emissões de carbono da Amazonia dobraram entre os anos de 2019 e 2020. O motivo foi a queda drástica na aplicação das Leis de proteção ambiental promovida pelo ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles, durante os dois primeiros anos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O trabalho foi produzido pela equipe do Laboratório de Gases de Efeito Estufa (LaGEE) do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os pesquisadores procuraram verificar o efeito na Amazonia do desmantelamento das politicas públicas de controle do desmatamento durante os 2 primeiros anos no governo Bolsonaro. E o resultado preliminar é assustador. Só neste período foi observado aumento de 122% nas emissões de CO 2 provenientes só dessa região.
Além disso, o desmatamento aumentou em 80% e as áreas queimadas subiram 42%. Mas o crescimento mais impressionante foi na exportação de madeira bruta: nada menos que 693%. Dentre as atividades que mais contribuiram para esta destruição está o agronegócio. A área plantada de soja aumentou 68%, enquanto o milho cresceu 58%. O rebanho bovino, por sua vez, passou a ocupar 13%da Amazonia, enquanto diminuiu no resto do Brasil.
“Houve realmente um avanço muito grande de desmatamento no noroeste da Amazonia. O fato do lado oeste ter aumentado muito o desmatamento e a degradação que fez ele se tornar tambem fonte de carbono. Antes esta região era neutra. A floresta conseguia absorver um montante que compesava as emissoes humanas. Mas neste 2 anos as emissoes humanas aumentaram demais”, explica a cientista Luciana Gatti, que liderou o estudo.
A equipe realizou 742 voos com avião de pequeno porte, observando o desmatamento e queimadas nas áreas em quatro regiões diferentes da Amazonia. Com isso, foi possível comparar a media das emissões de CO 2 no período de 2010 a 2018 e os anos de 2019 e 2020.