Na contramão dos avanços obtidos pelos cientistas sul-coreanos, a Câmara dos Deputados no Brasil aprovou, no dia 5 de fevereiro, um projeto de lei que proíbe pesquisas com células embrionárias. O texto, do relator Renildo Calheiros (PCdoB-PE),foi modificado para contentar a bancada evangélica e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O projeto proíbe a clonagem reprodutiva (o que não é questionado pela comunidade científica) e veta a utilização de embriões descartados em clínicas de fertilização para a obtenção de células-tronco embrionárias.
Preocupada com o entrave que essa proibição representará às pesquisas no Brasil, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP) elaborou um documento no qual manifesta sua posição contrária à lei. No texto enviado aos representantes do Senado, a entidade diz: "Alei, nos termos em que foi aprovada, criará sérios obstáculos à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico em um setor no qual a transferência de tecnologia, da descoberta a sua aplicação, é extremamente rápida (...). O Conselho Superior da Fapesp apela aos senhores parlamentares para que ouçam os representantes acreditados da comunidade científica no sentido de transformar o texto da lei em instrumento de progresso e independência tecnológica...".
Outros cientistas, como a geneticista Mayana Zatz, também estão tentando reverter a situação. "E difícil mudar crenças religiosas, mas para os senadores e deputados que são contrários à pesquisa porque não entendem que não se trata de copiar gente, estamos dispostos a esclareceras dúvidas", diz a pesquisadora. (Leia mais sobre essa polêmica na seção Idéias).
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