Com o ensaio fotográfico “Sufocamento”, composto por imagens que retratam eucaliptos em frente a uma árvore nativa, no norte de Minas Gerais, Pedro David, 35 anos, recebeu anteontem o prêmio da Fundação Conrado Wessel na categoria arte.
“Fotografo desde 1997 e envio trabalhos à Fundação desde 2007. Com o trabalho, quis retratar a angústia da natureza perante os eucaliptos, plantados artificialmente por empresas - é o passado natural frente ao futuro transgênico”, afirmou David.
O prêmio do vencedor é de R$ 114,3 mil. O segundo e terceiro colocados - os fotógrafos Mauro Restiffe e Bob Wolfenson, respectivamente - recebem R$ 42,8 mil em prêmio cada um.
A cerimônia de entrega dos prêmios foi realizada na Sala São Paulo e incluiu homenagens a personalidades de diversas áreas.
“Sou um velho chorão, mas estou tentando administrar a emoção”, afirmou o maestro João Carlos Martins, o homenageado na área da cultura.
Júri. Em seguida à premiação, ele regeu a Orquestra Filarmônica Bachiana do Sesi-SP.
Os homenageados foram definidos por um júri composto por integrantes de instituições ligadas à fundação, como a Academia Brasileira de Letras e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Ex-ministro da Ciência e Tecnologia, o físico Sérgio Rezende foi o homenageado na área de ciência. E Marcos Moraes, pesquisador e diretor do Instituto Nacional do Câncer, na de medicina. Os homenageados ganharam prêmio de R$ 300 mil cada um.
Equívoco. Para Américo Fialdini Júnior, presidente da Fundação Conrado Wessel, o papel da instituição, criada no ano de 1994 após a morte do fotógrafo Ubaldo Augusto Conrado Wessel, é principalmente alavancar o reconhecimento da pesquisa.
“O Estado nunca investe suficientemente em educação”.
Na opinião do presidente Fialdini Júnior, o programa “Ciência Sem Fronteiras”, criado na gestão da presidente Dilma Rousseff, é “um grande equívoco”.
“O sujeito tem que ir lá fora aprender porque falta incentivo aqui”, afirma.
SÃO PAULO/Folhapress