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Gazeta Mercantil

Engenharia genética é alvo da Monsanto (1 notícias)

Publicado em 19 de fevereiro de 1996

A Monsanto Co. vai investir US$ 157,8 milhões na compra de 15% de ações da empresa Dekalb Genetics Corp. Além disso, a Monsanto assinou também um acordo de dez anos com a Dekalb para desenvolver plantas resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. As três empresas dividirão os rendimentos obtidos com o licenciamento de produtos desenvolvidos em conjunto. Os investimentos nesse setor fazem parte dos esforços da Monsanto que intenciona mudar seu foco de atuação de químicos básicos para biotecnologia agrícola. A empresa, com sede em St. Louis, acertou, no ano passado, o pagamento de US$ 30 milhões por uma participação de 49,9% na Calgene Inc., que criou o primeiro tomate desenvolvido geneticamente, informou a Bloomberg Business News. "Os acordos de colaboração conjunta parecem ser o meio mais eficiente para dar início ao que nós chamamos de revolução agrícola, a mistura de genes obtidos por meio da biotecnologia com soja e milho em grande produção", disse Leonar Teitelbaum, analista da Merrill Lynch. Com base no acordo, as empresas vão centralizar suas linhas de pesquisa sobre o desenvolvimento genético de milho e soja. "Com a nova estrutura, passaremos a acentuar o enfoque em biotecnologia, com a produção de sementes, para lançar rapidamente no mercado novos híbridos com características de produção melhoradas", afirmou Robert Shapiro, chairman e principal executivo da Monsanto, que fabrica produtos que abrangem desde o adoçante artificial NutraSweet até remédios para artrite. "O acordo posiciona as capacidades de pesquisa da Dekalb para o inicio do século XXI e cria importante fonte de receitas de licenciamento", diz Bruce Bickner, chairman da Dekalb. O acordo permite que cada empresa utilize certas tecnologias desenvolvidas pela outra para o caso de milho resistente a insetos e tolerante a herbicidas que chegue ao mercado nos próximos 3 anos.