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Jornal da Ciência online

Encruzilhada televisiva (1 notícias)

Publicado em 06 de maio de 2004

Por Thiago Romero escreve para a 'Agência Fapesp':
O livro aborda as vantagens e desvantagens dos padrões internacionais de TV digital e a possível criação de um modelo brasileiro. Proporcionar interatividade e desenvolvimento de novas aplicações que ofereçam entretenimento à população, promovam a educação, a cultura e o pleno exercício da cidadania. Esse seria o modelo ideal de televisão digital interativa para o Brasil que está no papel, segundo as intenções do Governo Federal. O assunto está em pauta desde 2002, quando se anunciou a vontade política de fazer a transição da TV analógica para a digital. Até hoje, entretanto, ainda não se sabe qual o padrão que o país irá adotar. Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) resolveu dar mais subsídios ao debate. O resultado está no livro TV Digital Interativa: conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil, que será lançado durante o 5º Workshop RNP2, realizado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa nos dias 13 e 14 de maio, em Gramado (RS). 'O livro contém os principais conceitos tecnológicos sobre a TV digital e a TV interativa, como as formas de codificação de vídeo, de áudio e a interatividade, disse o jornalista Valdecir Becker, um dos autores do livro, à Agência Fapesp. A partir dos padrões de TV digital estabelecidos pelo mundo afora, explica o autor, que assina a obra em conjunto com Carlos Montez, professor do Depto. de Automação e Sistemas da UFSC, tentou se chegar a um modelo ideal para o Brasil. Foram consideradas, segundo Becker, tanto as intenções do governo como a necessidade de que ocorram, nesse processo, as inclusões digital e social. Os autores entrevistaram 11 especialistas dos principais setores ligados ao assunto. 'As entrevistas mostram os desafios e perspectivas sobre o tema, incluindo a opinião dos representantes dos três padrões estabelecidos: o europeu, o japonês e o americano. Eles falam sobre as diretrizes de cada modelo, quais são os softwares utilizados e suas vantagens e desvantagens', disse Becker. O livro discute também a possibilidade de se desenvolver um padrão brasileiro de TV digital, que esteja inteiramente adaptado à realidade brasileira. Um motivo seria os preços dos equipamentos. Na Europa, apenas um adaptador para codificar o sinal digital para que a TV analógica possa entendê-lo, custa em torno de US$ 300 ou US$ 400, o que seria inviável para a realidade brasileira. 'É preciso desenvolver uma tecnologia nacional mais barata e acessível', afirma Becker. A publicação, que traz ainda informações sobre a sociedade da informação, transferência de tecnologias, o mercado televisivo e o conteúdo interativo, é resultado dos estudos realizados pelo projeto 'Infra-Estrutura Internet 2 para Desenvolvimento e Teste de Programas e Ferramentas para TV Interativa (I2TV)', da UFSC. Mais informações: http://www.tvdigitalinterativa.ufsc.br (Agência Fapesp, 6/5) JC e-mail 2518, de 06 de Maio de 2004.