A FAPESP apoiará micro, pequenas e médias empresas paulistas interessadas em participar como fornecedoras no projeto de construção de Sirius, a nova fonte brasileira de luz síncrotron, que será instalada no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.
A FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram chamada pública para seleção de propostas de empresas que atendam os requerimentos técnicos de 20 desafios tecnológicos do projeto, que envolvem desde a fabricação da câmara de alto vácuo até dispositivos de microfocalização, passando por sistemas de guias de onda e módulos de fenda.
Os recursos para o financiamento são da ordem de R$ 40 milhões, divididos entre a Finep e a FAPESP, no âmbito do Programa PIPE/PAPPE Subvenção Econômica. O edital prevê contrapartida das empresas que pode incluir salário de pessoal, custo de espaço e outros custos envolvidos no projeto.
O apoio terá duração de 24 meses, período durante o qual o projeto deverá ser desenvolvido sob a responsabilidade de um pesquisador responsável ou por um coordenador técnico que deverão ser sócios ou empregados da empresa, visando à inserção do produto no mercado.
O prazo para a apresentação de propostas encerra-se no dia 7 de novembro, a divulgação dos projetos selecionados na Etapa de Enquadramento será no dia 26 do mesmo mês e a divulgação dos resultados, em 13 de março de 2015. As propostas enquadradas serão avaliadas por assessores ad hoc e analisadas pela Coordenação de Área de Inovação Tecnológica, com a participação de um representante do LNLS, e pela Diretoria Científica da FAPESP.
As avaliações levarão em conta, entre outros critérios, o acervo de propriedade intelectual da empresa, infraestrutura de pesquisa, capacidade gerencial, impactos da proposta frente à concorrência e características diferenciais dos resultados
Os entendimentos entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – ao qual o CNPEM se vincula na condição de organização social – e a FAPESP para o apoio ao projeto Sirius iniciaram logo que o LNLS decidiu construir uma nova fonte síncrotron.
Em junho de 2013, por sugestão da FAPESP, o LNLS realizou o workshop “Parceria Sirius”, em que foram apresentadas demandas tecnológicas a cerca de 50 representantes de micro, pequenas e médias empresas e um conjunto de desafios tecnológicos da nova fonte síncrotron.
A expectativa da direção do CNPEM é ter a importação de componentes e de tecnologia “sempre como segunda alternativa” – conforme afirmou na ocasião o presidente do Conselho, Pedro Wongtschowski – e gerar oportunidades para que a indústria nacional se credencie como fornecedora no mercado de aceleradores.
Sirius será a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no país. Será composto por um acelerador de elétrons com energia de 3GeV (giga elétron-volts), 518,4 metros de circunferência e capacidade de comportar até 40 linhas de luz (estações de pesquisa). Será uma das primeiras fontes de luz síncrotron considerada de quarta geração e colocará o Brasil na linha de frente dessa tecnologia.
O texto da seleção pública de propostas está publicado em: www.fapesp.br/8909
Agência FAPESP