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Empresas já se interessam por incentivo à pesquisa

Publicado em 01 novembro 2006

"A área de pesquisa e desenvolvimento é forte nas universidades, mas não há comunicação entre os cientistas da academia e as indústrias", enfatizou Carlos Henrique Brito Cruz, direto científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Ele acredita, no entanto, que o panorama deverá melhorar. "Os efeitos dos incentivos a P&D começam a aparecer agora. Vejo isso na Fapesp, onde a procura de empresas interessadas em parcerias e no co-financiamento de projetos aumentou muito", disse.
A Ford Motors, sozinha, investe 35% a mais em pesquisa e desenvolvimento do que todas as empresas brasileiras juntas, afirmou Ernesto Cavasin, da consultoria PricewaterhouseCoopers no 1 Seminário Inovação e Empresa, promovido pela Câmara Oficial Espanhola de Consorcio en Brasil.
O 1 Seminário reuniu acadêmicos, empresários e executivos para discutir a atual legislação de incentivos à pesquisa e desenvolvimento e também os avanços brasileiros na pesquisa de energias renováveis. "Queremos criar um fórum de discussão entre os associados da Câmara e a sociedade brasileira", afirmou Ramón Sánchez Díez, presidente da entidade.
Segundo Cavasin, que apresentou estudo da PricewaterhouseCoopers, dos países conhecidos como BRIC's, o Brasil é o que menos investe em pesquisa e desenvolvimento. Responsável por quase 2% do PIB mundial, o País detém somente 0,2% das patentes mundiais e investe 1% do Produto Interno Bruto - cerca de US$ 12 bilhões anuais — e, desse total, só 40% são aplicados por empresas privadas.
Embora o País tenha registrado avanços com a edição da Lei da Inovação, que criou incentivos fiscais para a pesquisa e o desenvolvimento no setor privado, Quase 65% das empresas brasileiras desconhecem ou não entendem ou não têm capacidade de acesso a esses incentivos e 90% delas têm pouco ou nenhum conhecimento sobre as atividades dos órgãos de fomento de P&D, acrescentou Cavasin.