A FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) anunciaram os 46 projetos de empresas de base tecnológica aprovados no âmbito de duas chamadas conjuntas de propostas. Sete das empresas qualificadas apresentaram projetos inovadores relacionados às cadeias produtivas da indústria aeroespacial e de defesa e outras 34 tiveram acatados projetos de inovação tecnológica maduros para o mercado.
As duas chamadas resultam de acordos entre as FAPESP e a Finep que permitem flexibilizar o Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), mantido pela Fundação, para estimular a inovação em áreas específicas – a indústria aeroespacial e de defesa, por exemplo – e apoiar iniciativas inovadoras para além das fases de pesquisa (fases 1 e 2) do programa, estendendo o apoio à fase de desenvolvimento para o mercado (fase 3).
“A parceria com a Finep é essencial para a fase 3 do PIPE e poderá ser ampliada nos próximos anos”, afirmou Carlos Américo Pacheco, diretor presidente do Conselho Técnico Administrativo da FAPESP, no evento de anúncio dos projetos aprovados.
A lista de projetos selecionados foi anunciada no dia 22 de setembro na FAPESP, evento do qual também participaram Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, e Marcos Francisco de Almeida, da Finep, além de empresários e pesquisadores responsáveis pelos projetos.
“As empresas selecionadas passaram por um rigoroso processo de seleção. É especialmente estimulante verificar a abrangência de setores industriais envolvidos e a ambição por atingir o mercado mundial”, disse Brito Cruz ao ouvir os relatos sintéticos de cada empresa.
Indústria aeroespacial e de defesa
Os sete projetos aprovados no edital Fortalecimento e qualificação em manufatura avançada das cadeias produtivas da indústria aeroespacial e de defesa do Estado de São Paulo, contarão, cada um, com até R$ 1,5 milhão por um período de 24 meses para o desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores que possam ser inseridos no mercado. Entre as empresas selecionadas, várias são fornecedoras da Embraer.
A Pan-Metal Indústria Metalúrgica, por exemplo, contará com recursos para a montagem do pilone que sustentará a turbina do E-175E2 da Embraer. A Altec Indústria Componentes Materiais, fornecedora de matérias compósitos, terá apoio da FAPESP e da Finep para desenvolver subconjuntos em compósitos com componentes metálicos, de maior valor agregado, e capacitar-se para atender demandas de outros setores.
Algumas das empresas qualificadas nessa chamada foram criadas com o apoio do PIPE. É o caso da Brascopter Projetos e Serviços Aeronáuticos, que iniciou a concepção e desenvolvimento do Helicóptero AlphaOne nas Fases I e II do programa PIPE, entre 2006 e 2009, e agora terá apoio das duas agências de fomento para a manufatura das empenagens horizontal e vertical do equipamento.
PIPE/PAPPE fase 3
Os 39 projetos aprovados no âmbito da 4ª Rodada do Programa PIPE/PAPPE Subvenção Fase III contarão, cada um, com até R$ 1 milhão para o desenvolvimento industrial e comercial de produtos inovadores.
A grande maioria das empresas responsáveis pelas propostas participou das fases 1 e 2 do PIPE. É o caso da Altave Indústria, Comércio e Exportação, de São José dos Campos, que iniciou a produção de balões (aeróstatos) cativos com o apoio da FAPESP e agora, na Fase III, contará com recursos para quatro projetos: desenvolvimento industrial de balões para missões em comunicações, de dirigíveis não tripulados capazes de voo ancorados, de aeróstatos de asas rotativas e aprimoramento do uso desses equipamentos para a agroindústria (leia mais em http://pesquisaparainovacao.fapesp.br/4).
Vários dos projetos aprovados apresentaram propostas focadas no mercado internacional. A Icon Eletrônica, por exemplo, de São Carlos, contará com recursos para industrialização e comercialização de dosímetro acústico, utilizado no monitoramento do ruído em ambiente de trabalho. “Queremos colocar o produto no mercado externo”, diz Clóvis Biscegli, responsável pelo projeto.
A Saveway solicitou apoio para a produção e comercialização do sistema Savetyre, de gestão de pneus, desenvolvido nas fases 1 e 2 do PIPE. “O sistema é utilizado para a gestão de pneus de grandes transportadoras. O software está no mercado há dois anos e percebemos que o produto tem abrangência mundial. Queremos colocá-lo no mercado europeu e americano”, diz José Caruso Gomes, responsável pelo projeto.
A Enalta Inovações Tecnológicas, em São Carlos, desenvolveu um monitor de produtividade da cana-de-açúcar no âmbito do PIPE 2. O produto teve uma boa aceitação no mercado latino-americano, mas necessita de algumas adaptações para adequar-se às exigências do mercado brasileiro, o que a empresa fará como o apoio da FAPESP e Finep.
A relação dos 46 projetos selecionados está disponível em: fapesp.br/10472