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Empresa paulista cria papel para embalagens que elimina vírus da Covid-19 (102 notícias)

Publicado em 15 de julho de 2021

Uma empresa paulista desenvolveu um papel para produção de embalagens e papelão ondulado que é capaz de inativar o vírus da Covid-19. O material possui micropartículas de prata e sílica na sua estrutura, que demonstrou ser capaz de eliminar 99,99% do vírus em até dez minutos de contato.

Os testes que comprovaram a eficácia do material contra o vírus foram realizados no laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.

Lançado pela indústria Irani, o material possui as micropartículas desenvolvidas pela empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe).

“O papel é capaz de inativar outros vírus, além de bactérias e fungos”, diz Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox.

Prata e sílica

As micropartículas de prata e sílica são adicionadas ao papel durante o processo de produção e ficam inseridas na estrutura do material. Dessa forma, a eficácia da inativação viral é mantida mesmo se a embalagem ou o papel ondulado entrar em contato com um líquido, como água ou álcool.

O efeito antiviral só é prejudicado quando a camada em que as micropartículas se encontram for removida por abrasão ou se o material for reciclado. Isso porque, durante o processo de reciclagem, o composto acaba sendo diluído com outros produtos, afirmam os pesquisadores da empresa.

O processo de inativação do coronavírus, assim como o de outros vírus, fungos e bactérias, ao ter contato com o papel se dá a partir da reação das micropartículas de prata ao vírus.

“O vírus entra em contato com a prata e passa por um processo de oxidação, que ocasiona a quebra de sua membrana protetora”, explica Simões.

O material pode ser usado para a produção de embalagens de diferentes setores, como serviços de delivery e transporte de cargas.

Aplicações

O papel é mais um dos materiais anti-Covid-19 desenvolvidos pela Nanox em parceria com outras empresas brasileiras a chegar ao mercado. O primeiro foi uma máscara reutilizável, feita com um plástico flexível (termoplástico) e o aditivo aplicado na superfície, desenvolvida em parceria com a indústria de plásticos Elka.

As micropartículas de prata e sílica também foram aplicadas na superfície de tecidos para o desenvolvimento de roupas anti-Covid-19, filmes plásticos e adesivos para proteção de superfícies de alimentos, além de couro e até mesmo painéis de MDF para fabricação de móveis.