Está sendo lançado o papel sintético ou papel-plástico, produzido a partir de plásticos reciclados. O nome oficial é Vitopaper. A tecnologia, inédita no mundo, é totalmente nacional e a fabricante é a Vitopel, maior produtora de embalagens flexíveis da América Latina.
De acordo com o presidente da Vitopel, o novo produto, que pode ser reciclado indefinidamente, se mostra competitivo em segmentos como livros didáticos, pela durabilidade maior, menor peso, manuais de máquinas, envelopes, folders, entre outros. A tecnologia foi desenvolvida a partir de uma parceria com a Universidade Federal de São Carlos e conta com apoio da Fapesp. "Já estamos com a patente registrada em vários países. No exterior, vamos fazer a venda direta ou licenciar para terceiros", conta José Ricardo Roriz Coelho, presidente da empresa. A Vitopel investiu US$ 4 milhões no desenvolvimento do Vitopaper.
Ineditismo - O que torna o processo de produção único é o fato de que ele não requer a seleção dos plásticos para a fabricação. A mistura pode incluir matéria-prima proveniente de garrafas descartadas, embalagens, frascos, entre outros. "É preciso só retirar o que é orgânico e o que não é plástico", explica Coelho. Com 850 quilos de plásticos reciclados é possível obter 1 tonelada de papel sintético. O processo também não exige mudança no esquema de produção gráfico.
Neste ano, a empresa espera vender 10 mil toneladas no mercado interno. "Nós trabalhamos com essa previsão porque estamos organizando a infra-estrutura de fornecimento, que se baseia em cooperativas de catadores. No próximo ano, pretendemos triplicar a produção e vendas, uma vez que nossa capacidade é de 150 mil toneladas", afirma Coelho.
Processo sustentável - O presidente da Vitopel diz que o novo produto é resultado da busca pela empresa de processos que sejam sustentáveis. "Hoje, a questão não é só ganhar dinheiro, é como ganhar sempre", afirma. Ele explica que entre os grandes desafios dos processos de produção estão a redução da necessidade de matéria-prima e a diminuição ou não geração de lixo. "Daí a proposta de um processo que passa pela reciclagem."
"Nosso plano de trabalho com as cooperativas de catadores tem um primeiro estágio em que esperamos contribuir para uma melhora na rentabilidade das organizações, o que certamente já vai tirar muita gente da rua. No segundo estágio, imaginamos ser possível que os catadores possam fazer o trabalho uniformizados, de posse de identificação e com carrinhos que ajudem a dignificar seu trabalho", afirma Coelho.
Produção - Em função das características do novo produto, Coelho acredita ser possível montar fábricas em várias cidades do País. "Comparativamente, uma fábrica para esse tipo de papel não é cara. Você pode situar uma unidade próxima de um aterro, lixão etc. O preço da terra é baixo e a mão-de-obra disponível. Acredito que cidades com população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes são capazes de suportar uma produção local", afirma o dirigente. No momento, a empresa negocia com o governo estadual a questão tributária para que o produto possa ter boa competitividade.
A produção do papel sintético vai começar na unidade de Votorantim, no interior de São Paulo, mas, segundo presidente da empresa, as fábricas de Mauá e a da Argentina, situada em Córdoba, podem também ser direcionadas para o novo produto, dependendo da demanda.
Fonte: Terra
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