Segundo presidente, companhia é a primeira no país a comercializar o produto, que usa tecnologia desenvolvida pela UFSCar em São Carlos (SP).
Uma empresa de Sorocaba (SP) começou a venda de um tecido que promete eliminar o novo coronavírus em apenas dois minutos.
A tecnologia foi desenvolvida por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a empresa de tecnologia Nanox, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Trata-se de um tecido formado por nanopartículas de prata e sílica, que, juntas, causam uma reação química que produz um tipo de água oxigenada capaz de eliminar o vírus.
A tecnologia foi adotada por cinco empresas do interior de São Paulo. Entre elas, a sediada em Sorocaba há 12 anos. O presidente, Mauro Deutsch, contou ao G1 que a produção do tecido teve início no final de abril e que a empresa foi a primeira no país a comercializá-lo (assista abaixo).
"Inicialmente, nós produzimos 60 mil metros de tecido e comercializamos para um grupo pequeno de empresas. Conseguimos vender tudo, mas ainda estávamos estudando possibilidades para aumentar a escala", diz.
O produto, vendido por metro, pode ser usado na fabricação de artigos, desde jalecos, máscaras e aparatos médicos a roupas para o dia a dia, lençóis e toalhas.
Isso é possível porque tecido conta com uma tecnologia invisível a olho nu, já que é composto por nanopartículas mil vezes menores do que um grão de areia.
Mauro explica que a substância, formada pela reação dos compostos, já era conhecida no meio científico por matar fungos e bactérias. No entanto, com as pesquisas realizadas na UFSCar, foi descoberta também a sua eficácia no combate à Covid-19.
Testes em laboratório
O presidente conta que, antes de chegar à etapa de produção nas máquinas da empresa e, posteriormente, até o consumidor, muitos testes foram feitos para comprovar a eficácia do produto.
"Nós nos certificamos de que era uma método seguro antes de oferecermos aos clientes. Além de passar por testes na própria UFSCar, a tecnologia também foi analisada pelos pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo", diz.
"Nós nos certificamos de que era uma método seguro antes de oferecermos aos clientes. Além de passar por testes na própria UFSCar, a tecnologia também foi analisada pelos pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo", diz.
Com o resultado dos testes, os pesquisadores concluíram que, nas amostras dos tecidos com as nanopartículas, 99,9% das cópias do novo coronavírus foram inativadas depois de dois a cinco minutos de contato.
Tecnologia brasileira
O custo de produção do tecido especial em comparação a um tecido normal é apenas 5% maior. Mauro explica ao G1 que consegue vender o produto a um preço médio de R$ 15 a R$ 20 o metro. Segundo ele, com um metro de tecido é possível fazer cerca de 15 máscaras faciais.
"Ao invés de procurarmos por uma tecnologia de empresas internacionais, que chegam a cobrar um preço altíssimo pela pesquisa, optamos por uma tecnologia totalmente nacional, criada por cientistas brasileiros. Isso absorveu muito do custo e, assim, pudemos oferecer o produto final a um valor mais acessível."
Objetivo e cuidado
Com o resultado positivo das pesquisas e a venda de todos os 60 mil metros produzidos na fase piloto, a empresa decidiu aumentar a produção e passar a oferecer para mais clientes.
"Nossa meta para junho é aumentar a produção para 300 ou até 500 mil metros de tecido. Assim, poderemos atender a mais comerciantes e ajudá-los a aumentar suas vendas", projeta o presidente.
"Nossa meta para junho é aumentar a produção para 300 ou até 500 mil metros de tecido. Assim, poderemos atender a mais comerciantes e ajudá-los a aumentar suas vendas", projeta o presidente.
Além disso, a empresa conta com a produção para manter os trabalhadores ativos, sem precisar efetuar cortes.
"Nós acreditamos muito no programa 'não demita'. Com essa produção, podemos manter nossos funcionários sem a necessidade de cortes de salário e demissões. Nós sabemos que o momento é difícil para todo mundo e estamos fazendo o possível para manter a empresa rodando, sem comprometer os empregos", finaliza.