Garantir a qualidade da sinalização viária e, principalmente, a segurança dos motoristas que trafegam pelas estradas. Essa é a finalidade do retrorrefletômetro horizontal, aparelho criado pela Easylux, empresa que integra a Incubadora Tecnológica de Santo André e tem apoio do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas-São Paulo), Prefeitura de Santo André e da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
O equipamento é o primeiro do tipo desenvolvido com tecnologia 100% nacional. A elaboração do produto ficou a cargo do engenheiro eletricista e professor do Instituto Mauá de Tecnologia e da Universidade São Judas, Gustavo Paolillo, atual diretor-técnico da Easylux. "O retrorrefletômetro foi criado a partir da minha experiência acadêmica, em que pesquiso e lido com controle de materiais há cerca de dez anos", explicou.
Segundo o professor, outro fator que o levou a apostar na produção do aparelho é o processo de expansão mundial do mercado, ocasionado pelo aumento da quantidade de veículos e pela consequente preocupação com a diminuição do número de acidentes automobilísticos. Além disso, existem somente quatro empresas no mundo que lidam com este tipo de tecnologia.
O aparelho ilumina, em uma distância de 15 metros, a sinalização de trânsito pintada no chão, simulando dessa maneira a condição em que o motorista visualiza a marcação à noite.
Dependendo do resultado, o instrumento indica a necessidade ou não de se refazer a sinalização. Por ser um equipamento nacional, o custo é menor em comparação aos modelos importados. "Nosso público-alvo são as concessionárias de rodovias e empreiteiras que lidam com a construção e manutenção de estradas", disse Gustavo Paolillo.
Além do modelo horizontal, a Easylux acaba de ter projeto para criação de um retrorrefletômetro vertical selecionado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O novo aparelho servirá para verificar a qualidade das placas de trânsito e da sinalização de chão (os chamados "olhos de gato").
O financiamento deverá ser aprovado em agosto. A partir daí, a empresa, que recebe auxílio da Incubadora Tecnológica de Santo André na obtenção de linhas de financiamento junto a órgãos públicos de fomento à pesquisa, terá seis meses para desenvolver o equipamento. "Minha meta é a de passar a exportar os dois produtos para a Europa no prazo de um ano", contou Gustavo Paolillo. "Uma das finalidades da incubadora é justamente o de estreitar o intercâmbio entre os órgãos de fomento à pesquisa e os pesquisadores, mostrando ser possível conciliar teoria com a prática", afirmou o diretor de desenvolvimento econômico, David Gomes de Souza.