Através do apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), uma empresa de Campinas deu início ao desenvolvimento de dois protótipos de ventiladores pulmonares de baixo custo.
“Conseguimos desenvolver os dois protótipos e, agora, estamos em negociação com duas empresas para colocá-los no mercado. A expectativa é que o acordo com uma delas seja fechado nas próximas semanas”, afirma William Robert Heinrich, um dos sócios da empresa Setup Automação e Controle de Processos.
Com o custo de cerca de 25% abaixo dos equipamentos disponíveis no mercado, será possível desenvolver mais aparelhos para mais pacientes, o que pode garantir mais vidas salvas neste período difícil da pandemia da Covid-19. “Cerca de 70% dos componentes que estamos usando nesses ventiladores são nacionais”, afirma Heinrich.
Segundo a empresa, um dos ventiladores é para emergências e o outro para Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além disso, a bateria tem autonomia de seis horas, permitindo o uso em hospitais de campanha e em hospitais localizados em áreas remotas.
Como os ventiladores criados para as UTIs têm mais funcionalidades, também poderão simplificar os procedimentos, uma demanda antiga dos médicos. “Em uma pesquisa que conduzimos com profissionais intensivistas, identificamos que ventiladores disponíveis hoje acabam prejudicando o atendimento a um paciente intubado que tem uma parada cardiorrespiratória, por exemplo. Atualmente, nesses casos, os intensivistas precisam retirar a conexão do tubo endotraqueal com os pacientes para prestar o devido socorro”, afirma Heinrich.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 80 mil ventiladores pulmonares, sendo que 80% desse total tem 10 anos de uso, segundo a Setup Automação e Controle de Processos.