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Empresa brasileira desenvolve plástico filme que inativa o coronavírus (64 notícias)

Publicado em 22 de novembro de 2020

Comercializado pela indústria de plásticos Alpfilm, esse polímero é composto por micropartículas de prata e sílica que conseguem inativar o coronavírus. Antes da pandemia, o produto já contava com propriedades antifúngicas e bactericidas, mas evoluiu — com a inclusão de partículas de prata — para assegurar a capacidade antiviral.

Essa tecnologia antiviral foi, inicialmente, desenvolvida e licenciada pela empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas. Somente depois, adotada para o uso de plástico filme. Nesse formato, por exemplo, pode auxiliar supermercados na hora de expor produtos, como carnes e frios, evitando a contaminação das emabalagens.

Plástico filme contra a COVID-19

Para verificar a eficácia do material, os pesquisadores conduziram testes no laboratório de biossegurança de nível 3, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Nos experimentos, o plástico filme conseguiu eliminar 79,9% de partículas do novo coronavírus em três minutos e 99,99% em até 15 minutos. “A eliminação do vírus pelo material foi extremamente eficaz e em um curto tempo. É uma aplicação bem diferenciada dos mais de 40 produtos com ação contra o novo coronavírus que já testamos desde o começo da pandemia”, comenta Lúcio Freitas Júnior, pesquisador do ICB-USP.

De forma geral, os resultados das análises por quantificação do material genético viral por PCR indicaram uma redução de quase 100% das cópias do SARS-CoV-2 que entraram em contato com amostras do filme plástico, após 15 minutos de exposição ao material. “Levando em conta que o filme é utilizado para embalar alimentos que ficam expostos e são muito manipulados em supermercados, 15 minutos para eliminar totalmente o novo coronavírus na superfície do material é um tempo bastante satisfatório”, afirma Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox.

Tecnologia contra o coronavírus

“Como as micropartículas de prata têm registro da FDA [agência regulamentadora de alimentos e fármacos dos Estados Unidos] e integram uma lista positiva da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], há um limite máximo do aditivo que pode ser incluído em materiais usados como embalagens de alimentos para impedir a migração da prata. Por isso, a concentração do aditivo nesse tipo de material plástico tem que ser um pouco menor”, explica Simões.

Para o futuro da tecnologia, “também estamos obtendo boas respostas em estudos para avaliação da aplicação da solução em matérias-primas utilizadas no setor de construção civil, como MDF para pisos laminados e tintas”, completa Simões.

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