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Empresa apoiada pela FAPESP recebe aval para produzir ventiladores pulmonares nos Estados Unidos (24 notícias)

Publicado em 20 de junho de 2023

Agência FAPESP – A fabricante brasileira de ventiladores pulmonares Magnamed recebeu a chancela das autoridades norte-americanas para iniciar sua produção na Flórida (Estados Unidos). Na semana passada, a US Food and Drug Administration (FDA), órgão similar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorizou a companhia fundada em 2005, em São Paulo, a dar início à produção do OxyMag para atender ao mercado norte-americano.

O OxyMag foi desenvolvido com apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), entre 2006 e 2012.

O rigoroso processo de certificação nos Estados Unidos, iniciado em 2019, interrompido em 2020 devido à pandemia de COVID-19 e retomado em 2021, chegou ao fim com uma aprovação que transformou a Magnamed na primeira fabricante brasileira de ventiladores pulmonares no mercado norte-americano. Para alcançar a certificação, a empresa investiu mais de US$ 1 milhão em laboratórios, consultores, protótipos, linha-piloto, viagens. Além disso, está montando um time de atendimento e vendas.

Com a aprovação, a Magnamed deve iniciar a produção local a partir de 2024, uma vez que a nova planta industrial, alugada em 2023, na Flórida, está pronta para operar.

A previsão é que sejam produzidas até cem unidades do ventilador OxyMag por mês, com foco total no mercado local. Estima-se que em todo o mundo o setor movimente US$ 5,7 bilhões anualmente e aproximadamente 20% só nos EUA.

“Estamos muito felizes com a notícia da aprovação da FDA. Foi um objetivo pelo qual lutamos por muito tempo e que nos faz ter muito orgulho de sermos uma empresa brasileira conseguindo um feito inédito nos Estados Unidos. Esperamos que esta seja a primeira de muitas conquistas do tipo e que a nova fábrica possa ajudar a mostrar ao mundo que produzimos inovação real no setor médico-hospitalar”, disse Wataru Ueda, sócio-fundador e CEO da Magnamed, em nota à imprensa.

Desde 2010 a companhia já obteve a chancela do órgão regulador da Comunidade Europeia e as exportações já representam uma parcela significativa das vendas. Cerca de 40% dos ventiladores se destinam ao mercado privado, 30% da produção ao setor público nacional e 30% da produção é exportada. Somando-se a aprovação do FDA, a Magnamed passa a operar em praticamente todos os mercados.

A meta é que as exportações representem 80% do faturamento até 2026 – alcançando R$ 180 milhões. Contudo, para isso acontecer, é importante ter produtos certificados internacionalmente. Em seu histórico, a Magnamed já registra exportações para 81 países de todo o planeta.

Aumento da competitividade

Ueda ressalta que, além de trazer mais receitas para a Magnamed, as exportações têm uma contribuição muito importante na competitividade.

“É necessário obter diversas certificações internacionais, tanto para o produto como para os processos de fabricação e gestão da qualidade. O mercado brasileiro, por ser totalmente aberto, exige da empresa atualização tecnológica constante para se manter competitivo e, para isso, nada melhor do que competir no cenário mundial”, avalia.

A vida útil de um ventilador é de sete anos nos EUA, contra dez anos no resto do mundo. Com a fábrica, a Magnamed aumenta a demanda por reposição. Existe também uma preocupação dos países em estar abastecidos com esse tipo de produto, o que provoca um movimento no exterior pedindo fabricação local.